MORO DIZ QUE NÃO COLOCARÁ EM RISCO ACORDO COM EUA POR
CAPRICHO DA DEFESA DE LULA
Em audiência do lobista Milton Pascowitch, o juiz federal
Sergio Moro, da Lava Jato, impede novamente perguntas sobre acordo de
cooperação entre delatores da Lava Jato com Departamento de Justiça dos EUA,
com ajuda informal da força-tarefa, admitindo que existe um "acordo de
cooperação" com os norte-americanos
28 DE NOVEMBRO DE 2016 ÀS 20:54
Jornal GGN - O juiz federal Sergio Moro impediu
mais uma testemunha do caso triplex de falar sobre o elo suspeito entre a Lava
Jato e os Estados Unidos.
Na audiência de Milton Pascowitch, na semana passada,
Moro disse que não iria colocar em risco um eventual acordo de delação do
lobista com autoridades americanas por um "mero capricho" da defesa
de Lula.
A frase foi disparada após o advogado Cristiano Zanin
Martins fazer uma série de perguntas sobre esse possível acordo de cooperação
internacional sem que Pascowitch tivesse obrigação de responder. A defesa de
Moro suspeita que a força-tarefa da Lava Jato fez uma ponte informal com o
Departamento de Justiça dos EUA, para exportar delatores sem o devido
companhamento do Ministério da Justiça brasileiro.
Alegando que estava sob o manto de um acordo de
confidencialidade, Pascowitch não quis responder as questões de Zanin. O
advogado protestou, alegando que a defesa de Lula estava sendo cerceada. Moro,
então, pediu que o advogado explicasse qual a relevância dessas perguntas sobre
os Estados Unidos, feitas a todos os delatores de porte da Lava Jato, para o
julgamento do caso triplex.
Vídeo do Youtube
Zanin respondeu que só poderia adiantar "um dos
aspectos" que tornam as questões relevantes para a defesa: "Eu queria
saber se ele está fazendo colaboração em relação aos fatos tratados nessa
ação."
"E qual a relevância disso?", rebateu Moro, ao que
Zanin retrucou:
"A relevância, para a defesa, vai ser exposta no momento
adequado."
Moro riu da resposta de Zanin e asseverou que a defesa não
tem conseguido defender "minimamente a pertinência dessas perguntas"
e, por isso, elas foram indeferidas.
"Não vou colocar em risco uma
eventual tratativa que a testemunha tenha no exterior por um mero capricho da
defesa", disparou Moro.
"Vossa Excelência já usou 'retórica', já usou que 'não
tem argumento' e, agora, 'capricho'. Se a Vossa Excelência vê a defesa dessa
forma, eu lamento muito", retribuiu Zanin.
Os advogados de Lula alegam que não são "obrigados a
antecipar a estratégia de defesa" quando abordam esse elo suspeito entre a
Lava Jato e os Estados Unidos. Mas há a indicação de que a defesa buscará a
nulidade de algumas delações que tenham sido compartilhadas com autoridades
estrangeiras sem obediência às regras.
O DEPOIMENTO
Ao Ministério Público Federal, Milton Pascowitch disse que
intermediou o pagamento de propina sob contratos da Petrobras com a
Engevix. Esses depósitos eram destinados ao "grupo político" de José
Dirceu, responsável pela indicação de Renato Duque para uma diretoria da
estatal.
Ele cita especificamente a Pedro Barusco e Fernando Moura como seus
interlocutores com Dirceu. João Vaccari Neto teria recolhido uma parte para o
caixa do PT. Entre as obras citadas está a REPAR, também conhecida como
refinaria Getúlio Vargas.
Pascowitch não implicou Lula em seu depoimento e não soube
fornecer nenhum dado sobre o apartamento triplex no Guarujá, que a Lava Jato
diz que o ex-presidente recebeu da OAS em troca de três contratos com a
Petrobras.
Vídeo do Youtube
Fonte: http://www.brasil247.com/
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