Em Curitiba, Delcídio afirma não ter provas de “procedimento
fraudulento” de Lula
Postado em 21 de novembro de 2016 às 7:05 pm
Imagem de arquivo
O ex-senador Delcidio do Amaral depôs nesta segunda-feira
(21) em Curitiba, em ação penal contra Luiz Inácio Lula da Silva, e afirmou
nunca ter tido nenhuma conversa com o ex-presidente a respeito de qualquer
procedimento ilícito.
Disse também que não tem nenhuma prova de que Lula tenha
feito parte de qualquer procedimento fraudulento. Por fim, disse que não teve conversa
direta ou prova de que o ex-presidente saberia de fraudes que aconteciam na
Petrobras.
O processo movido pelo MPF-PR (Ministério Público Federal no
Paraná) versa sobre um apartamento no Guarujá (SP) que jamais pertenceu ao
ex-presidente, mas que procuradores afirmam ser sua “propriedade oculta”, que
teria sido dada a ele pela empreiteira OAS, como contrapartida pela construtora
ter recebido vantagens em contratos com a Petrobras.
Nada disso, porém, foi confirmado por Delcídio, a primeira
testemunha de acusação que foi ouvida no processo. Questionada se tinha
conversado diretamente como ex-presidente sobre qualquer ilícito na Petrobras,
a testemunha negou:
“Não, ele nunca me deu liberdade para isso.” Disse
também não ter nenhuma informação sobre o apartamento no Guarujá ou
vantagens indevidas concedidas ao ex-presidente por meio do imóvel.
O ex-senador Delcídio do Amaral é réu confesso na Lava Jato,
e assinou acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República para
ter sua pena reduzida.
Nesta segunda-feira, ele refez acusações genéricas sobre
suposta participação do ex-presidente em fraudes na estatal e na estrutura de
indicações de cargos na administração governamental, com frases de efeito para
manchetes de jornais, tais como
“o presidente não entrava nos detalhes, mas
tinha conhecimento absoluto dos interesses dos envolvidos.”
Questionando, porém, se tinha provas sobre o que dizia,
disse que não, que fizera uma “delação de político”, por ser líder do governo e
“saber como a roda gira” mas que suas teses vinham sendo confirmadas por outros
delatores.
O ex-senador disse, ainda, acreditar que “ter uma indicação política
não quer dizer que a pessoa foi indicada para roubar.”
Delcidio, que foi diretor da Petrobras no governo FHC, disse
que só teve conhecimento em 2010 de ilícitos em térmicas da Petrobras na gestão
do PSDB, após funcionários da Petrobras fecharem um acordo na Suíça.
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