Advogados de Lula em Berlim explodem e implodem a Lava Jato
Em seminário na Universidade Livre de Berlim, Valeska
Martins e Geoffrey Robertson mostraram, inclusive, que judiciário brasileiro
ainda adota métodos herdados do período da Inquisição
Por Flávio Aguiar publicado 16/05/2017 10h51, última
modificação 16/05/2017 18h23
Geoffrey e Valeska falaram sobre a situação atual
do Brasil
pós-impeachment da ex-presidenta Dilma
Abrindo uma ação em que alegam que o ex-presidente Lula é
alvo de perseguição judicial no Brasil, ou lawfare, na expressão
internacionalmente consagrada, advogados do ex-presidente estiveram em
Berlim, nesta segunda-feira (15) – Valeska Teixeira Zanin Martins, que
representa Lula no Brasil, Geoffrey Robertson, cujo escritório em Londres representa
o ex-presidente perante o Alto Comissariado da ONU para Direitos Humanos em
Genebra.
A visita começou com uma ida ao famoso Reichstag, onde
gravaram um registro para os arquivos do Instituto Lula, feito pelo
cinegrafista e fotógrafo Felipe Araújo.
Na sequência, foram ao Instituto Latino-Americano, da
Universidade Livre de Berlim, onde abriram, em inglês, um seminário de
pós-graduação que aborda, entre outros temas, a situação atual no Brasil
pós-impeachment.
Falaram para uma sala lotada, onde predominavam estudantes,
professores e interessados em geral na situação brasileira.
A atividade,
coordenada pelos professores Sergio Costa e Renata Motta, contou com a
participação conjunta do movimento SOS Lula-Berlim e do Fórum Latino-Americano
da mesma cidade.
Geoffrey Robertson foi o primeiro a falar. O advogado,
nascido na Austrália e que atua no Reino Unido e nas cortes internacionais
da Europa – sendo reconhecido como defensor das causas dos direitos humanos e
garantias individuais no sistema judiciário internacional –, ressaltou o que
considera uma aberração anacrônica do sistema judiciário brasileiro.
Hoje, essa situação anômala não existe mais nas cortes
europeias, completamente extinta a partir da década de 1980. Herdada do sistema
judicial da Inquisição Ibérica, ela consiste em manter a prática de ser o juiz
que instrui e conduz a investigação sobre as atividades de um acusado, para
depois ser o mesmo que julga o caso.
Segundo ele, isso leva a uma situação em
que potencialmente o réu passa a ser condenado de antemão, impedindo que ele
seja julgado por um juiz independente.
Agravam o presente caso das ações e investigações movidas
contra o ex-presidente o comportamento corporativo das associações da classe
jurídica brasileira, apoiando abertamente o juiz Sérgio Moro e as ações da
Operação Lava Jato, mesmo quando irregulares; a participação ativa da mídia
hostil ao ex-presidente na criação de um clima de pré-condenação; e o
comportamento do juiz e de procuradores, dando declarações nesta mídia e
publicando e autografando livros em seu favor.
Destacou ainda a completa ilegalidade da divulgação de
gravações obtidas também ilegalmente de conversas privadas de Lula, de sua
família e até de seus advogados, dizendo que tudo isto seria impensável nas
cortes europeias, e que estes juízes e procuradores já teriam sido afastados do
caso, e eventualmente até processados e punidos. Também condenou a passividade
judicial diante da utilização dos bonecos gigantescos ou pequenos que
representam o ex-presidente como presidiário.
Falou a seguir a advogada Valeska Martins, ressaltando as
dificuldades e impasses da Operação Lava-Jato.
Declarou que, depois de anos de
investigações exaustivas e do arrolamento de quase oito dezenas de testemunhas,
sendo 27 de acusação, sequer uma única prova foi obtida contra o ex-presidente.
Ao contrário, todas as testemunhas ouvidas o inocentaram.
Provas foram obtidas sim, mas que atestam a sua inocência, como no caso da
pseudo-posse de um apartamento no Guarujá, que sempre esteve e está ainda na
condição de propriedade da construtora OAS,
segundo documentos legais e
legalmente obtidos.
Sublinhou que a prática das delações premiadas vem sendo
implementada de modo irregular, sem que se exija a apresentação prevista em lei
de provas por parte dos delatores.
Estes, diante da possibilidade de serem
mantidos em longas detenções mesmo antes de serem julgados, terminam por dizer
aquilo que procuradores e o juiz querem ouvir a respeito do ex-presidente.
Ressaltou ainda que a decisão do Tribunal Federal de
Recursos da Quarta Região (TRF4), com sede em Porto Alegre, a que o juiz Moro
está subordinado, garantindo por ampla maioria que a Operação Lava Jato e o
juiz podem atuar por cima das leis e da Constituição, abre caminho para a
instalação de um estado de exceção no país, coisa que na Alemanha tem um nome
de triste memória, Ausnahmezustand, coisa característica do antigo regime
nazista.
Valeska se referiu ao risco que a democracia brasileira vem
correndo graças a esta mobilização política dos tribunais, apoiada pela mídia mainstream no
Brasil.
Alertou para o fato de que houve uma decisão dos tribunais superiores,
de caráter pessoal, no sentido de que o juiz Moro foi confirmado como apto para
julgar a pessoa do ex-presidente, em vez de apenas casos contra ele.
Esta unção do juiz também escancarou as portas para a
consideração, por parte daqueles contra quem ele se volta, de que, no Brasil,
não há instância de recurso sobre suas decisões, o que aumenta seu poder sobre
a prática das delações premiadas, mesmo que dentro da verdadeira licenciosidade
com que são obtidas.
Enfim – agora falo eu – o país vive uma suruba (termo
empregado por prestigiado senador no atual regime, arqui-investigado por
ilegalidades de que é suspeito) jurídica sem precedentes.
Nem no Estado Novo,
nem na República Velha, nem na ditadura civil-militar pós-1964 houve tanta
"liberdade poética" e sinistra na interpretação de leis e
prerrogativas constitucionais.
Na República Velha, a questão social era uma questão de
polícia; o Estado Novo adotou uma nova Constituição; o mesmo fez a ditadura de
64, além de simplesmente suspender tudo com o Ato Institucional nº 5. Já nos
dias de hoje criaram-se completas anomia e anomalia, porque se tem uma
Constituição que simplesmente não vale mais, ou vale apenas para alguns, e os
esbirros da "nova ordem" se dão direito a tudo, sem prestar contas a
ninguém.
Aonde vamos parar com tudo isto, só Deus e o Diabo sabem. Se
é que sabem.
Queridos amigos e leitores do blog, se vocês não ver
postagem do meu blog SUED E POSPERIDADE nos grupos do facebook é porque o mesmo
bloqueou as minhas postagens, que eu vejo como punição por eu divulgar notícias
de Lula e do PT. Vocês podem acessar o blog pelo Google, G+1, twitter e
Pinterest, ou no próprio blog, podem compartilhar as notícias para a página de
vocês.
AGRADEÇO A TODOS
AINDA BEM QUE O MUNDO PODE SABER E ACOMPANHAR O ABSURDO QUE É ESTE PAÍS CHAMADO BRASIL!
ResponderExcluirVergonha para o País. Golpearam a democracia e agora desconsideram as leis penais dando carta branca ao justiceiro de Maringá.
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