Tulsi Gabbard diz a verdade sobre a Síria e é esmagada pela mídia
18:45 29.01.2017(atualizado 04:46 30.01.2017)
© AFP 2016/ Timothy A. CLARY
Os principais meios de comunicação dos EUA, especialistas e
autoridades vêm tentando de todas as formas manchar a reputação da congressista
Tulsi Gabbard, que viajou para a Síria no início deste mês.
Gabbard criticou em
rede nacional, a política de financiamento dos EUA em armar terroristas
afiliados à Al Qaeda.
Conhecida apoiadora de Bernie Sanders e ex-vice-presidente
do Comitê Nacional Democrata (posição que renunciou em fevereiro do ano
passado), Gabbard viajou em uma missão de investigação à Síria no início deste
ano. Lá, a congressista se encontrou com o presidente Bashar Assad.
Veterana de guerra com duas incursões ao Iraque no
currículo, Gabbard defendeu na quinta-feira, a decisão de se encontrar com o
presidente sírio. "Se professarmos verdadeiramente o cuidado com o povo
sírio, sobre o seu sofrimento, então temos de ser capazes de encontrar-se com
qualquer um que precisamos se houver a possibilidade de que possamos alcançar a
paz", disse ela durante entrevista à CNN.
Durante a entrevista, o âncora Jake Tapper afirmou que Assad
é responsável pela violência no país e acusou Gabbard de "dar maior
credibilidade ao presidente sírio", o congressista respondeu, enfatizando
que "o que você pensa sobre o presidente Assad, o fato é que ele é o
Presidente da Síria. Para que qualquer acordo de paz, para que haja qualquer
possibilidade de um acordo de paz viável, tem que haver uma conversa com ele.
Gabbard sublinhou que este precisa ser o procedimento da
diplomacia americana até os sírios determinem o destino de Assad, "o que
acontece com o seu governo e seu futuro".
O que se seguiu foi um debate entre Gabbard e Tapper, que
chamou Assad de "açougueiro" e disse que não havia democracia na
Síria. Gabbard, que documentou suas conversas com os sírios comuns durante a
viagem, disse que ouviu algo muito diferente do que a narrativa da mídia está
apresentando.
— Vou contar-lhe o que ouvi do povo sírio que conheci
andando pelas ruas de Aleppo, em Damasco — disse a congressista.
"Eles expressaram contentamento e alegria ao verem um americano andando
pelas ruas, mas [perguntaram]: por que os Estados Unidos, seus aliados e outros
países estão fornecendo apoio e armas a grupos terroristas como al-Nusra (al-
Qaeda), Ahrar al-Sham, ISIS que estão estuprando, sequestrando, torturando e
matando o povo sírio?"
Eles me perguntaram: Por que os Estados Unidos e seus
aliados estão apoiando esses grupos terroristas que estão destruindo a Síria,
quando foi a Al-Qaeda a atacar os Estados Unidos no 11 de setembro e não
a Síria. Eu não tinha uma resposta para eles", Gabbard sublinhou.
Com Tapper insistindo que os Estados Unidos só prestaram
assistência aos chamados rebeldes moderados, Gabbard respondeu, dizendo que
"em toda parte, cada pessoa com quem falei, fiz essa pergunta, e sem
hesitação disseram que não havia rebeldes moderados".
"Independentemente do nome desses grupos, a força de
combate mais forte no terreno na Síria é al-Nusra (al-Qaeda) e o Daesh —
isso é um fato", enfatizou Gabbard. "Há vários outros grupos
diferentes, todos eles essencialmente estão lutando ao lado, com ou sob o
comando do grupo mais forte no terreno que está tentando derrubar Assad".
Desde que retornou de sua viagem e da entrevista da CNN,
Gabbard foi abertamente atacada por jornalistas nas principais mídias, pelos
colegas membros do Congresso e por especialistas de todos os tipos. O
congressista Adam Kinzinger, por exemplo, criticou-a por fazer a viagem, e disse
que esperava que ela não tenha se encontrado com o "açougueiro
Assad".
Fact-finding mission? Fact: 50,000+ dead children in #Syria. @TulsiGabbard, I hope you didn't meet with their butcher, #Assad. twitter.com/ForeignPolicy/ …
Daily Kos chamou Gabbard de "um fantoche para o
ditador da Síria", enquanto o Daily Beast manchetou um artigo com os
dizeres "Tulsi Gabbard corteja fascistas na Síria". O ex-assessor de
segurança nacional da Câmara dos Deputados, Evan McMullin, difamou-a dizendo
que "ela desfruta do apoio da rede de propaganda de Putin na América,
@RT_America", simplesmente porque o canal russo RT publicou uma matéria
sobre sua viagem. O Washington Post, por sua vez, criticou Gabbard por
"minar" as "deliberações políticas mais amplas de Washington
sobre como abordar a Síria".
O especialista em Oriente Médio, Charles Lister, criticou o
projeto de lei assinado por Gabbard, que classificaria como terroristas vários
grupos rebeldes apoiados pelos EUA.
.@TulsiGabbard’s trip to #Syria was arranged by “AACCESS" & its head Bassam Khawam, a socialist & #Assad supporter: twitter.com/KenanRahmani/s …
I wonder if @TulsiGabbard knows that the 2 “CIA-backed” groups her proposed legislation labels as “terrorists” are fighting AQ as we speak?
Gostaria de saber se @TulsiGabbard sabe que os 2 grupos
"apoiados pela CIA", que seu projeto de lei propõe classificar como
"terroristas" estão lutando contra Al-Quaeda enquanto falamos?
O tweet provocou uma divertida resposta do comediante e
comentarista político norte-americano Jimmy Dore, cuja resposta recebeu três
vezes mais retweets.
I wonder if Charles Lister knows that AQ is fighting back with weapons U.S. provided them? #TheMoreYouKnow#EstablishmentMouthpiece twitter.com/charles_lister …
Eu me pergunto se Charles Lister sabe que a Al-Qaeda está
lutando com armas que os EUA forneceram? #Quanto Mais Você Sabe
Na sexta-feira, Gabbard disse ao comentarista de Fox
News, Tucker Carlson, que acredita que o presidente Assad "está
procurando o que nosso novo presidente, Donald Trump, veria como um interesse
compartilhado com a Síria. O interesse compartilhado que ele viu foi o
compromisso de derrotar o Daesh — este compromisso de derrotar esta ameaça
terrorista que existe não só para o povo da Síria, mas para o Oriente Médio e
para o mundo".
Perguntado sobre a viagem de Gabbard, e a reação histérica
da mídia, o renomado especialista russo no Oriente Médio, Semyon Bagdasarov, disse à Radio
Sputnik que acreditava que ela fez a viagem de forma independente e que
a política dos EUA na região não deve mudar, No futuro próximo.
Damasco,
observou Bagdasarov, não deve esperar mudanças fundamentais na posição de
Washington, "com a possível exceção de alguns esforços conjuntos dos EUA e
da Rússia na luta contra o Daesh" no país.
"Os EUA não se resignaram [ao que está
acontecendo]", disse o analista. "Outro dia, de acordo com fontes
próximas à Federação [Curda] da Síria do Norte, os EUA abriram outra base
norte-americana, composta por 800 funcionários, equipamentos, etc., em
Al-Hasakah.
A CIA está empenhada em executar suas tarefas Sim, o governo dos
EUA está mudando, mas a tendência permanece — ninguém vai desistir na
Síria ".
Fonte : https://br.sputniknews.com/
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