Avalanche após terremoto atinge hotel e deixa mortos na
Itália
Cerca de 30 pessoas estavam no hotel na cidade de Farindola,
em Abruzzo, no momento do acidente. Três corpos foram retirados dos escombros.
Por G1 19/01/2017
06h26 Atualizado há 9 horas
Avalanche de neve na Itália atinge hotel e deixa dezena de
desaparecidos
Uma avalanche destruiu um hotel em uma estação de esqui
na cidade de Farindola, em Abruzzo, no centro da Itália, na noite de
quarta-feira (18). Horas antes da avalanche, a região tinha sido atingida por pelo
menos três terremotos com magnitude superior a 5.
Dois funcionários, que estavam fora do Hotel Rigopiano,
foram resgatados e três corpos foram retirados dos escombros. As equipes de
resgate ainda estão em busca dos 27 desaparecidos, entre eles crianças.
"Há muitos mortos", declarou Antonio Crocetta, um
dos chefes dos socorristas alpinos enviados ao local na madrugada desta
quinta-feira (19), segundo a France Presse.
"Nós chamamos, mas ninguém responde", disse Crocetta
ao jornal italiano "Corriere de la Sera". As condições de resgate são
bastante difíceis, já que o hotel ficou completamente destruído pela avalanche.
Um vídeo divulgado pela BBC mostra os bombeiros
enfrentando uma nevasca para chegar até o hotel. Cães e um helicóptero
são utilizados nas buscas. Imagens feitas pelos socorristas mostram pedaços de
móveis, janelas e outros objetos destruídos pela avalanche.
Foto mostra neve e entulho que invadiu o Hotel Rigopiano, em
Farindola, na região central da Itália (Foto: Italian Finance
Police via AP)
Sobreviventes
Gampiero Parete e Fabio Salzetta são os sobreviventes que
seguem hospitalizados. Eles se abrigaram em um carro até a chegada do socorro,
por volta das 4h desta quinta. No carro, eles enviaram mensagens pedindo ajuda
com seus telefones alertando sobre a avalanche, assim como alguns hóspedes do
hotel.
Parete, cozinheiro do restaurante, tinha ido buscar um
remédio no carro para a mulher, que permaneceu no hotel com os dois filhos do
casal, de 8 e 6 anos.
"Enquanto eu caminhava para o hotel, ouvi ruídos e estalos e vi a queda da
montanha sobre o hotel. A neve também me encobriu, mas parcialmente. Eu tentei
ir para dentro, mas eu corria o risco de ficar preso. Então eu me agarrei a um
ramo e consegui voltar para o carro", afirmou, segundo o “Corriere de la
Sera”. A mulher e os filhos seguem sob os escombros.
Ações de socorro
As equipes de resgate demoraram a chegar ao local porque as
vias de acesso estavam bloqueadas pela neve. As condições meteorológicas e a
neve, que em alguns pontos alcança os dois metros de espessura, dificultaram o
acesso a este local isolado na montanha.
Os primeiros socorristas alcançaram o local esquiando e a
maioria das equipes seguia tentando chegar ao seu destino durante a manhã. Um
helicóptero e um veículo equipado para a neve também conseguiram chegar ao
local, segundo os serviços da defesa civil.
O responsável do corpo de Carabineiros Vincenzo Romeo
considerou pouco provável achar sobreviventes no hotel italiano soterrado por
uma avalanche devido ao risco de hipotermia.
"Nos primeiros 15 minutos é
possível sair com vida em 90% das vezes, depois se reduzem as chances e
aumentam notavelmente as possibilidades de morrer por asfixia ou hipotermia sob
a neve", disse Romeo, tenente-coronel do serviço de meteorologia, em
entrevista à emissora pública italiana Rai, segundo a Efe.
O hotel está localizado no maciço do Gran Sasso (cerca de
1,3 mil metros de altura), na cordilheira dos Apeninos, de acordo com a Efe.
Depois dos fortes tremores registrados na manhã de quarta, a
região continuou a registrar réplicas dos abalos durante o período da noite,
segundo a BBC. Os tremores ocorreram depois que fortes nevascas atingiram as
regiões de Abruzzo, de Marche e de Lazio por vários dias.
Imagem mostra hotel coberto pela neve na Itália
(Foto:
Reprodução/TV Globo)
Histórico dos tremores
Em 23 de agosto de 2016, um terremoto
de magnitude 6,2 atingiu as cidades de Amatrice, Accumoli e Norcia.
Quase 300 pessoas morreram. Amatrice teve o maior número de mortos e ficou
completamente destruída.
Ainda traumatizados por esse terremoto, a Itália enfrentou
outros tremores fortes. Em 26 de outubro, três
terremotos – um de magnitude 5,5, outro de 6,0, e um de 4,9 –
atingiram a região central da Itália com cerca de quatro horas de intervalo.
Quatro dias depois, um 30 de outubro, um novo tremor de
magnitude 6,6 deixou quase
8 mil desabrigados e destruiu construções históricas na região de
Nórcia, no centro da Itália. Ele foi sentido do norte ao sul do país, de
Bolzano, próximo à fronteira do país com a Áustria, à região de Puglia, no
extremo sul. Esse terremoto foi o mais forte a atingir a península desde 1980.
Em 2009, um terremoto de magnitude de 6,3 matou mais de 300
pessoas em Áquila.
Equipes de resgate enfrentam neve na tentativa de encontrar
sobreviventes em hotel na região de Abruzzo, no centro da Itália
(Foto: Italian
Firefighters via AP)
Montanha vista da estrada que vai a Monterale após série de
terremotos que atingiram a região central da Itália, na quarta-feira
(18)
(Foto: Andreas Solaro / AFP )
Fonte : http://g1.globo.com/
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