Trump demite procuradora-geral interina por desafiar decreto
contra muçulmanos
Postado em 31/01/2017 01:07
Imagem do Google
O presidente americano, Donald Trump, demitiu na noite desta
segunda-feira (30) a procuradora-geral interina, Sally Yates, depois de ela
declarar que o Departamento de Justiça não defenderia a decisão de proibir a
entrada nos Estados Unidos de refugiados e de pessoas procedentes de sete
países muçulmanos.
"A procuradora-geral interina, Sally Yates, traiu o
Departamento de Justiça ao se recusar a garantir a aplicação da ordem legal
designada para proteger cidadãos dos Estados Unidos", afirmou a Casa
Branca, em um comunicado.
"O presidente Trump substituiu Yates de suas funções e
designou Dana Boente, procuradora do distrito leste da Virgínia, para servir
como procuradora-geral interina até que o senador Jeff Sessions seja confirmado
[no cargo] pelo Senado".
Em um memorando, a secretária Sally Yates - que serviu como
número dois da pasta no governo Barack Obama - disse duvidar da legalidade e da
moralidade da ordem executiva presidencial.
"Minha responsabilidade é assegurar que a posição do
Departamento de Justiça seja legalmente defensável", escreveu Yates em uma
nota amplamente distribuída para a imprensa americana.
"No momento, não estou convencida de que a defesa do
decreto seja consistente com essas responsabilidades, nem de que a ordem
executiva seja legal", acrescentou.
"Como sou a procuradora-geral interina, o Departamento
de Justiça não apresentará argumentos em defesa da ordem executiva, ao menos
até que se convença de que é apropriado fazê-lo", completou.
Assinado na última sexta-feira, o decreto do presidente
Trump suspendeu a entrada de refugiados nos Estados Unidos por um mínimo de 120
dias e de cidadãos de Irã, Iraque, Líbia, Somália, Sudão, Síria e Iêmen por 90
dias.
O texto de Yates significa que o governo americano não
contará com representação em julgamentos e demandas legais atualmente pendentes
nos tribunais contra o decreto e contra sua aplicação.
A ação é bem mais simbólica, já que é provável que o
candidato de Trump para liderar a pasta, Jeff Sessions, seja rapidamente
confirmado.
Sessions deve receber o apoio do Comitê de Assuntos
Judiciários do Senado nesta terça e, depois, deve ser confirmado em plenária na
Casa antes de tomar posse.
No domingo, procuradores-gerais de 16 estados, incluindo
Califórnia e Nova York, classificaram a ordem executiva de Trump como
"inconstitucional".
Na mesma linha, o Departamento da Defesa prometeu agir para
conseguir que se permita o ingresso dos iraquianos que apoiaram os militares
americanos naquele país.
O Pentágono trabalha em uma lista de nomes de iraquianos que
cooperaram com o Exército americano, "com frequência pondo suas próprias
vidas em perigo", disse o porta-voz Jeff Davis, em entrevista coletiva.
De acordo com Davis, o Departamento da Defesa vai procurar
"garantir que aqueles que demonstraram seu compromisso tangível na luta ao
nosso lado e nos apoiam" sejam excluídos do decreto.
Fonte : http://www.em.com.br/
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