sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Homem ataca soldados com um facão perto do Museu do Louvre em Paris

Homem ataca soldados com um facão perto do Museu do Louvre em Paris
Postado em 03/02/2017 21:40

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Imagem do Google

Um homem atacou uma patrulha militar com um facão e aos gritos de "Alá é grande", nesta sexta-feira (3) perto do Museu do Louvre, em Paris, antes de ser gravemente ferido pelo disparo de um soldado, uma agressão que o premiê francês afirmou ser de "caráter terrorista".

As investigações apontaram como suspeito "um indivíduo de 29 anos e de nacionalidade egípcia", cuja fotografia registrada na base europeia de vistos "corresponde à do autor do ataque", disse o procurador da República de Paris, François Molins, em uma entrevista coletiva.

O suspeito teria entrado na França em 26 de janeiro, após chegar ao aeroporto Charles de Gaulle, em Paris, em um voo procedente de Dubai. Embora sua identidade não tenha sido formalmente determinada, em seu pedido de visto, o homem disse ter nascido no Egito.

O suposto agressor, que "reside nos Emiratos Árabes Unidos", solicitou um visto de turista para a França em 30 de outubro de 2016, que estava válido de 20 de janeiro a 20 de fevereiro, indicou o procurador.

O passaporte do suspeito foi encontrado durante uma batida no apartamento alugado onde vivia, no 8º distrito da capital francesa, perto da Champs-Elysées.

'Ataque terrorista'
"Visivelmente", trata-se de um "ataque terrorista", declarou o premiê francês, Bernard Cazeneuve.

Nesta sexta à tarde, a Polícia francesa realizou uma batida no centro de Paris, perto da Avenida Champs Elysées, informou uma fonte próxima à investigação.

O ataque aconteceu por volta das 10h locais (7h, no horário de Brasília) na entrada da turística galeria do Carrossel do Louvre, que dá acesso ao museu mais frequentado do mundo.

Um soldado ficou levemente ferido no couro cabeludo, enquanto o agressor foi ferido na barriga e se encontra em estado grave, informou o chefe da Polícia de Paris, Michel Cadot.

De acordo com Cadot, o agressor, "armado com pelo menos um facão, e talvez com uma segunda arma, correu em direção à patrulha de quatro homens", fazendo ameaças e gritando "Allah Akbar" ("Deus é grande", em árabe).

Ao não conseguir neutralizá-lo, um dos militares atirou cinco vezes, atingindo o estômago do agressor.

No início da tarde, o agressor passava por uma cirurgia, correndo risco de morte, segundo uma fonte próxima à investigação.
Algumas testemunhas descreveram cenas de pânico.

"Ouvimos disparos (...) Saímos. Estamos nervosos. Há colegas chorando", disse à AFP um homem que trabalha em um restaurante do Louvre e que pediu para não ser identificado.

"Vimos clientes correndo e logo percebemos que algo sério estava acontecendo. Corremos e saímos do restaurante. Vi a morte chegar. Com tudo o que tem acontecido, realmente senti medo", relatou um colega.

As duas mochilas que o agressor carregava nas costas não continham material explosivo, segundo o chefe da Polícia.
Além do agressor, uma segunda pessoa "de comportamento suspeito" foi detida, acrescentou Cadot, que se mostrou prudente quanto à sua participação no ataque.

"A ameaça continua. Temos de enfrentá-la", afirmou.
Já o presidente Donald Trump reagiu ao episódio com uma mensagem no Twitter.

"Um novo terrorista islâmico radical acaba de atacar o Museu do Louvre de Paris. Os turistas foram confinados. A França em tensão outra vez. VAMOS SER INTELIGENTES", tuitou.

De Malta, onde participa de uma cúpula da União Europeia, o presidente François Hollande qualificou o ataque de uma "agressão selvagem" e elogiou a coragem dos soldados.

Turistas evacuados
O ataque ocorreu no mesmo dia em que Paris lançou sua campanha para sediar os Jogos Olímpicos de 2024.

Mais de mil pessoas, inclusive 250 que estavam dentro do museu, permaneceram confinadas em um local seguro durante várias horas.
"Fizeram-nos evacuar a sala onde estávamos e nos conduziram à sala de artes oceânicas", onde centenas de pessoas permaneceram durante mais de duas horas, contou Roland, um homem de 75 anos que não quis dar seu sobrenome.

O Louvre, que permanecerá fechado até sábado, é o museu mais visitado do mundo, apesar de o número de visitantes ter caído 20% nos últimos anos, depois dos atentados.

A França está sob o regime excepcional de estado de emergência após uma onda de atentados de extremistas islâmicos, que deixou 238 mortos desde 7 de janeiro de 2015.

Em janeiro daquele ano, dois homens armados entraram na sede do semanário satírico Charlie Hebdo, em Paris, e executaram 11 pessoas, entre elas vários de seus renomados cartunistas.

Dez meses depois, um comando islamita que jurou lealdade ao grupo Estado Islâmico (EI) atacou bares, restaurantes, uma casa de shows e um estádio nos arredores de Paris na noite de 13 de novembro, matando 130 pessoas.

No ano passado, um extremista tunisiano lançou o caminhão que dirigia contra uma multidão reunida em Nice, no sudeste do país, para assistir à queima de fogos na Festa Nacional da Queda da Bastilha, em 14 de julho, matando 86 pessoas.

O EI, que tem perdido terreno no Iraque e na Síria, onde proclamou um califado em 2014, ameaça regularmente a França, em retaliação à participação do país na coalizão militar internacional que combate os extremistas nos dois países.

O EI também defende ataques contra os "infiéis" sempre que possível e tenta exportar seus "soldados" para a Europa, graças aos extremistas que retornam da Síria, com um mandato para conduzir operações em solo europeu.



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