EM PARIS: Ao lado de Cardozo, presidenta Dilma esclarece
golpe e denuncia perseguição à Lula; CONFIRA!
1 de fevereiro de 2017
Lembrando a destituição de Fernando Lugo da presidência do
Paraguai, em 2012, Dilma Rousseff declarou que o impeachment passou a ser uma
estratégia na América Latina.
“Quando não se derrota por eleição direta,
recorre-se ao impeachment”, declarou.
Para a ex-presidente, o processo envolve toda a América
Latina neste momento, onde, segundo ela, “aproveita-se da crise econômica para
se instituir políticas ultraconservadoras e ultraliberais contra os direitos da
população”.
“Novo golpe” em 2018
No caso específico do Brasil, Dilma Rousseff acredita que
esse processo tem como consequência “o aparecimento de uma onda conservadora e
restritiva”. “Por isso, haverá a possibilidade de uma vitória ou de um novo
golpe, em 2018, nas próximas eleições presidenciais”, prevê.
A ex-presidente diz desconhecer quais mecanismos seriam
utilizados, mas “há a possibilidade de tentarem uma eleição indireta, diante de
um presidente ilegítimo e do desgaste muito grande com as delações [da
Odebrecht] que vão ser divulgadas nos próximos meses, semanas ou dias. E há a
possibilidade, em último caso, de inviabilizarem a candidatura de Lula.”
Por isso, segundo ela, compreender o que acontece atualmente
no país é fundamental para agir e evitar o que classifica como “o golpe no
golpe”.
“O grande risco que nós corremos hoje é em relação às eleições de
2018”, um processo que, segundo ela, estaria na continuidade de sua destituição
em 2016.
A petista também criticou a PEC do teto para os gastos
públicos, aprovada no mês de dezembro, “o exemplo mais puro de como o
neoliberalismo se casa com o estado de exceção e afronta a Constituição”.
“Congelar por vinte anos, em termos reais, todo o gasto com educação, cultura,
segurança, ciência e tecnologia, e liberar o gasto em pagamento de juros, é
claramente a apropriação do orçamento por uma política neoliberal. Ora, fazê-lo
por vinte anos é passar por cima de cinco presidentes, e portanto, de cinco
processos eleitorais.”
Defesa da democracia
A melhor forma de lutar contra essa evocada ascensão do
conservadorismo e o ultraliberalismo é a defesa democracia, garante a
ex-presidente. “Ela é nossa principal bandeira porque impede que os golpes se
deem à margem dos processos de melhoria de vida.”
À RFI, Dilma declarou que o objetivo de sua viagem à Europa
é denunciar as consequências do que chama de “medidas de exceção”, que,
ressalta, vêm acontecendo em todo o mundo. “É esse capitalismo de curto prazo,
que quer resultados trimestrais. Ele produziu a maior crise dos últimos setenta
anos, essa que ainda estamos vivendo.”
Para ela, esse processo global é incompatível com a
democracia. “É algo que explica meu impeachment, o Brexit, a eleição americana,
uma série de eventos que estão acontecendo no mundo inteiro.”
Fonte: http://clickpolitica.com.br/
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