5/7/2017 19:46
Cunha e Funaro, juntos, fecham delação! Adeus, Temer
O ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e o lobista Lúcio
Funaro, simultaneamente, estão fechando delação premiada com capacidade de
implodir o Planalto, o PMDB da Câmara, o grupo político que assaltou o poder,
bem como o próprio Michel Temer.
O jornalista Severino Motta, repórter do BuzzFeed News no
Brasil, detalha com exclusividade o roteiro das duas delações que deverão ser
usadas para embasar a próxima denúncia a ser apresentada pelo procurador-geral
da República, Rodrigo Janot, contra o presidente por acusação de obstrução da
Justiça.
Abaixo, leia a matéria completa:
EXCLUSIVO: Eduardo Cunha e Lúcio Funaro já entregaram roteiro de delações que
envolvem Temer
Próxima denúncia de Rodrigo Janot contra Temer deve ter depoimentos de
ex-presidente da Câmara e de operador do PMDB. Eles dizem que estavam em
silêncio enquanto recebiam dinheiro da JBS.
Citados na gravação de Joesley Batista com Michel Temer como beneficiários de
um suposto esquema de pagamentos para ficarem calados, o ex-deputado Eduardo
Cunha (PMDB-RJ) e o operador Lúcio Funaro estão concluindo simultaneamente
acordos de delação premiada e devem começar a prestar depoimentos aos
procuradores nos próximos dias.
As duas delações tendem a atingir o Planalto e o PMDB da
Câmara, o grupo político de Michel Temer, e deverão ser usadas para embasar a
próxima denúncia a ser apresentada pelo procurador-geral da República, Rodrigo
Janot, contra o presidente por acusação de obstrução da Justiça.
Neste momento, o Planalto trabalha para reunir apoio da base para evitar a
aceitação, pela Câmara dos Deputados, da denúncia contra Temer por corrupção
passiva. O caso envolve a mala de dinheiro recebida pelo ex-deputado Rodrigo
Rocha Loures.
Os investigadores e as defesas de Cunha e Funaro já estão negociando, separadamente,
as cláusulas do acordo de colaboração, conforme o BuzzFeed apurou junto a
fontes que participam dos processos.
Os cardápios das delações, uma espécie de roteiro das ilegalidades a serem
descritas e os personagens envolvidos, já foram entregues pelas respectivas
defesas.
Entre os fatos a serem narrados, os dois vão confirmar que, mesmo presos,
continuaram a receber recursos dos esquemas de corrupção que participaram.
Funaro já completou um ano na cadeia, Cunha foi preso em outubro do ano passado.
Entre os esquemas está o da JBS que, de acordo com o Ministério Público Federal
com base na delação de Joesley, visava calar Cunha e Funaro em troca de
dinheiro.
Um dos trechos mais fortes da gravação que Joesley fez da conversa com o
presidente é sobre as “pendências zeradas” do dono da JBS com Cunha.
Para os investigadores, a referência era à propina para calar o ex-congressista
no que teve um aval presidencial. Temer nega que tenha autorizado a compra do
silêncio.
Devido aos repasses da JBS, os dois estavam em silêncio e relutavam em fechar
acordos – realidade que, após o estouro da JBS e proximidade do fim do mandato
de Janot, foi alterada.
Com o trabalho neste mês, investigadores que atuam no caso esperam deixar todo
o material das delações pronto e entregar o acordo para homologação do Supremo
Tribunal Federal nos últimos dias de julho.
Desta forma a homologação poderá acontecer no início de agosto e Janot
conseguirá enviar a segunda denúncia contra Michel Temer pouco tempo depois da
volta do recesso do Judiciário.
Ligação de Cunha e Funaro vem dos anos 1990
Operador muito conhecido no mercado de capitais de São Paulo, Lúcio Funaro é um
profundo conhecedor do propinoduto que abasteceu o PMDB. O fato de ele e Cunha
fecharem uma delação ao mesmo tempo não é surpreendente dada a ligação estreita
entre os dois. Eles se conhecem há 20 anos.
Funaro foi o único delator da ação penal 470, o julgamento do mensalão. Foi por
meio de uma empresa que ele controlava, através de laranjas, a Garanhuns Empreendimentos,
que Funaro repassou R$ 6 milhões a Valdemar Costa Neto (PR-SP). Em troca de
benefícios judiciais, operador admitiu os pagamentos ilegais ao então líder do
PL.
Na época do mensalão, Cunha morava em um apartamento de Funaro sem pagar
aluguel em Brasília e depois o operador pagou carros de luxo registrados em
nomes de empresas do ex-deputado.
Funaro foi preso em junho do ano passado depois da descoberta do esquema de
cobranças que ele operava, em nome de Eduardo Cunha, de empresas para ter
acesso a empréstimos com juros abaixo dos praticados no mercado do fundo de
investimento do FGTS.
No primeiro mandato de Dilma, o então poderoso líder do PMDB na Câmara emplacou
a nomeação do executivo Fábio Cleto para uma vice-presidência
da Caixa.
Segundo o Ministério Público, era Funaro quem vendia as promessas de
facilidade no FI-FGTS a empresários, que depois eram efetivadas com a ação de
Fábio Cleto, membro do conselho do fundo. Cleto virou delator.
Frieza e explosão
Diferente do ex-presidente da Câmara, que por seu estilo frio e distante não
conversa muito com seus colegas de presídio, Funaro tem um temperamento
explosivo.
Desde a prisão de sua irmã recebendo uma mala de dinheiro da JBS na operação
Patmos (ela depois foi solta), Funaro não tem escondido dos presos com quem
convive na penitenciária da Papuda sobre o que está acontecendo em sua vida.
A um dos detentos disse não só que ele e Cunha estão fechando termos dos
acordos como falou que sua delação irá atingir de maneira muito forte o
ministro Moreira Franco e o presidente Michel Temer.
O potencial de estrago de Funaro para o presidente vai além da denúncia de
obstrução da Justiça. Foi o operador que esteve no escritório de José Yunes,
amigo de 40 anos de Michel Temer, para entregar um pacote de dinheiro com
propina da Odebrecht na campanha de 2014.
O episódio de Yunes receber dinheiro da Odebrecht foi revelado pelo BuzzFeed no
ano passado e provocou a demissão do advogado do cargo que ocupava no Planalto.
Depois, Yunes disse que foi uma espécie de “mula involuntária” de Eliseu
Padilha, hoje ministro-chefe da Casa Civil.
Mesmo preso, Funaro já enviou recados incômodos ao Planalto. Temer já afirmou
jamais ter se encontrado com o operador, que o desmentiu, numa entrevista à
revista Veja por escrito, em março.
Prisão de Geddel foi amostra grátis de Funaro
Antes mesmo da homologação da sua delação, Funaro foi o pivô da prisão do
ex-ministro Geddel Vieira Lima, um dos peemedebistas que pertenceram até pouco
tempo atrás ao entorno do presidente Michel Temer.
Funaro contou à força-tarefa das operações Sépsis, Cui Bono e Greenfield,
conduzidas pela Procuradoria da República no Distrito Federal, que Geddel
estava procurando sua mulher, em São Paulo, para saber se o operador estava
fechando um acordo de delação premiada.
O juiz Vallisney Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília, decretou a prisão
preventiva do ex-ministro e mandou apreender seus celulares.
Na agenda de
contatos da família Funaro, Geddel estava registrado sob o codinome “Carainho”.
Procurados, advogados de Eduardo Cunha disseram que a estratégia da defesa não
mudou desde que ele foi preso. Eles negam que o seu cliente vá delatar.
Antonio Figueiredo Basto, que defende Funaro, disse que não vai comentar a
defesa de seu cliente.
Fonte: Blog do Esmael
Queridos amigos e leitores do blog, se vocês não ver
postagem do meu blog SUED E POSPERIDADE nos grupos do facebook é porque o mesmo
bloqueou as minhas postagens, que eu vejo como punição por eu divulgar notícias
de Lula e do PT. Vocês podem acessar o blog pelo Google, G+1, twitter e
Pinterest, ou no próprio blog, podem compartilhar as notícias para a página de
vocês.
AGRADEÇO A TODOS
Nenhum comentário:
Postar um comentário