Edição do dia 04/04/2017
04/04/2017 22h16 - Atualizado em 04/04/2017 22h16
TSE adia julgamento de ação que pede cassação da chapa
Dilma-Temer
Ministros decidiram dar mais prazo para as defesas. Fase de depoimentos de testemunhas foi reaberta.
O Tribunal
Superior Eleitoral adiou por tempo indeterminado o julgamento do
processo que pede a cassação da chapa Dilma-Temer. Os ministros decidiram dar
mais prazo para as defesas e reabriram a fase de depoimentos de testemunhas.
Estava tudo pronto para o julgamento. Cadeiras extras no
plenário e em mais dois auditórios com telões. Detectores de metal, cães
farejadores, segurança reforçada.
Pela primeira vez no banco dos réus, a chapa vencedora de
uma eleição presidencial, acusada de ter cometido abuso de poder político e
econômico: uso indevido da cadeia de rádio e televisão, manipulação de
pesquisas e uso de dinheiro desviado da Petrobras para abastecer o caixa da
campanha de 2014.
Mas antes mesmo da leitura do relatório, o advogado da
ex-presidente Dilma
Rousseff pediu que fosse concedido mais prazo para apresentação de
novos argumentos.
“Sempre que houver ritos que conflitem deve ser utilizado
aquele que é mais benéfico e menos prejudicial a defesa”, explicou Flávio
Caetano.
O advogado do PSDB, partido autor das ações,
concordou. O procurador do Ministério Público Eleitoral, Nicolao Dino, também
foi a favor.
O relator do processo, ministro Herman Benjamin, tinha estabelecido dois dias para a defesa, mas concordou com cinco para evitar o risco de mais tarde o processo parar novamente, sob alegação de cerceamento de defesa, mas alegou que
atrasos prejudicam o processo.
“Cabe lembrar que este processo já tramita no TSE há cerca
de dois anos e seis meses”, disse Herman Benjamin.
Depois dos ministros concordarem com cinco dias para a
defesa, o debate continuou com outra divergência: ouvir ou não novas
testemunhas. Herman Benjamin foi contra ouvir os atuais presidentes de partidos
da base aliada de Dilma como pediu a defesa.
“Nós não podemos transformar este processo num universo sem
fim. Nós não podemos ouvir Adão e Eva para que intimem a serpente”, afirmou
Herman Benjamin.
Vitória do relator. Eles não serão ouvidos. Mas outras
quatro testemunhas, sim. O ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, o
depoimento dele já foi marcado para esta quinta-feira (6), e três delatores da
Lava Jato: os marqueteiros João Santana, Mônica Moura e o assessor deles,
André
Santana. O depoimento dos três ainda não tem data e só depois de serem ouvidos,
começará a contar o novo prazo para alegações da defesa.
No começo da tarde desta terça-feira (4), o ministro Luiz Edson Fachin,
relator da Lava Jato no Supremo, homologou os acordos de delação dos
marqueteiros que fizeram a campanha de Dilma.
A reabertura da fase de coleta de provas, na prática, bota esse julgamento em
banho-maria. Quando o processo for retomado, provavelmente a partir de maio, a
composição do TSE será outra: o mandato de dois ministros está para terminar.
Depois que eles forem substituídos, o TSE vai decidir se
cassa ou não a chapa toda, o que poderá deixar Dilma inelegível e fazer Temer
perder o cargo; ou se divide as condutas, separando eventuais punições de um e
de outro.
Fonte: http://g1.globo.com/
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