“A lei era outra”: a relação de FHC com a Odebrecht e a luta
da Globo para tirá-lo da lista de Fachin
12 de abril de 2017
Por Joaquim de Carvalho
Logo depois que o ministro Édson Fachin divulgou a lista com os nomes de
autoridades que devem ser investigadas por suspeita de corrupção, lavagem de
dinheiro e uso de caixa 2, a tropa de choque do PSDB na GloboNews entrou em
ação.
No Jornal das 10, Merval Pereira e Cristiana Lôbo
minimizaram as suspeitas contra o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso,
levantadas a partir do depoimento do Emílio Odebrecht, no acordo de colaboração
do Grupo Odebrecht com a Justiça.
“Era um outro tempo, ainda sem doação de campanha de empresa
e não tinha a prestação de contas como é hoje”, disse Cristiana Lôbo. Merval ecoou: “A legislação era outra”.
Cristiana continuou: “E não tinha essa prestação de contas
online, como se tem agora.”
Merval acrescentou: “Houve na ocasião denúncias de dinheiro,
caixa 2 na campanha e tal, que foi debatida naquele momento e foi superado. Não
houve nenhuma denúncia e nenhuma abertura de inquérito nem nada”.
Merval e Cristiana já eram jornalistas experientes quando a
doação eleitoral de empresas foi admitida pela legislação, em 1993, depois do
escândalo PC/Collor.
Era uma reação exigida pela opinião pública depois que as
investigações sobre a corrupção no governo Collor revelaram o uso intensivo de
caixa 2 das empresas para financiar campanhas eleitorais.
Se viveram aquele tempo, como jornalistas, por que Merval e
Cristiana Lôbo usaram a televisão para divulgar uma falsidade, ou seja, de que
não havia doação de empresas na época?
O interesse de blindar Fernando Henrique Cardoso tem uma
explicação.
Fernando Henrique teve com a Globo uma relação que chegou
aos segredos de alcova, quando a empresa manteve na Europa, recebendo sem
trabalhar, a jornalista Miriam Dutra, que tem um filho que ela dizia ser do
então presidente.
No governo de Fernando Henrique, a Globo recebeu
financiamentos do BNDES e venceu, juntamente com empresas aliadas, leiloes de
concessão de serviços públicos de telefonia.
O fato é que a proximidade do presidente Fernando Henrique
Cardoso com o Grupo Odebrecht era conhecida até de empresas estrangeiras.
Em novembro de 1996, diretores do Grupo De Beers, da África
do Sul, controlado pela Anglo American, estiveram com Fernando Henrique Cardoso
na Cidade do Cabo, África do Sul, para manifestar o desejo de um contato mais
sólido com a Odebrecht, certamente com o objetivo de negócios comuns no
continente africano.
Essa proximidade entre Fernando Henrique e a Odebrecht por
pouco não se transformou num grande escândalo.
Sob o comando de Emílio, o Grupo Odebrecht, durante o
governo de Fernando Henrique Cardoso, entrou no ramo petroquímico através de
uma subsidiária, a OPP, que mais tarde se chamaria Brasken.
Fonte: http://clickpolitica.com.br/
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