A cretinice da Globo e a tragédia do Brasil
Jeferson Miola: a cretinice da Globo
SÁBADO 14 JANEIRO 2017
A cretinice da Globo e a tragédia do Brasil
por Jeferson Miola, enviado por email (e publicado no Facebook
do autor).
Foi sobretudo no período do ditador Emílio Garrastazu Médici
[1969-1974] que o terror de Estado foi institucionalizado como método oficial
para a repressão e para o aniquilamento da resistência à ditadura civil-militar
implantada em 1º de abril 1964.
Uma potente arquitetura repressiva e de perseguição política
foi montada no governo federal e nos Estados brasileiros com o engajamento
financeiro de grandes grupos econômicos – entre os quais FORD, GM e ULTRAGAZ.
A Rede Globo avultou como o monopólio midiático dominante e,
assim, logo se converteu na mais eficiente máquina de propaganda e de
legitimação do regime – desinformando, alienando e entretendo a população, e
ocultando a realidade e a face atroz da ditadura.
Em 1º de setembro de 1969, um mês antes do início do período
do general Médici, a Globo lançou o Jornal Nacional [JN], programa noticioso
que ainda nos dias de hoje exerce poderosa influência no debate político no
Brasil, com força de organização, articulação e propagação do discurso hegemônico.
Em determinadas edições do JN daquela época, não por
coincidência nos dias de cometimento de atrocidades pelo regime, o âncora do
telejornal, Cid Moreira, com voz grave e solene finalizava o noticiário com uma
conclamação: “brasileiros, nunca fomos tão felizes!” [sic].
Naquele que foi o ambiente mais macabro e horroroso da
história do país, a Globo anunciava ao povo brasileiro uma suposta e nunca
antes vivenciada felicidade! Com a infâmia, escondia o terror que dizimava a
resistência democrática e, ao mesmo tempo, ocultava a censura, as cassações,
perseguições, mortes, os desaparecimentos e exílios impostos pelo regime.
A Globo repete a cretinice nos dias atuais. Na edição do JN
da última quinta-feira [12/01], fez uma reportagem bizarra sobre o que chama de
“inflação pessoal”.
Num exercício eufemístico, o JN individualizou a
responsabilidade pela crise econômica e insinuou medidas que cada pessoa
deveria adotar para enfrentar a própria “inflação pessoal”: se usa carro,
substituir por ônibus; se a escola particular está cara, a pública é a
alternativa; se o feijão pesa no orçamento, por que não deixar de comê-lo? …
Com tal enquadramento sobre a carestia e a perda de renda
causada pelo desemprego brutal, a Globo teve o claro objetivo de ocultar a
desastrosa política econômica do governo golpista – política que está afundando
o Brasil e vai promover uma crise humanitária sem precedentes.
A única
diferença é que desta vez o William Bonner [o sucessor do Cid Moreira no JN]
não exaltou que “nunca fomos tão felizes!”.
A Globo não foi apenas cúmplice dos ataques à democracia e
aos governos progressistas, mas teve participação golpista ativa; foi co-autora
e sócia-fundadora das empreitadas golpistas nos últimos 52 anos: em 1964, no
golpe civil-midiático-militar; e em 2016, no golpe
jurídico-midiático-parlamentar.
A Globo é a expressão fiel da índole da classe dominante
brasileira: golpista, intolerante e anti-democrática, sempre a postos para
derrubar governos progressistas e as políticas de distribuição de renda,
igualdade social e independência nacional.
A Globo é nefasta à democracia e à construção do ideal de
uma nação justa, igualitária e moderna. Nunca existirá democracia sem o
controle democrático dos meios de comunicação e sem o fim do poder monopólico
do noticiário e da informação em mãos de uma única família.
A Rede Globo é uma tragédia para o Brasil – a quebra do seu
poder nefasto é um requisito para a democracia e para a soberania nacional.
Fonte : http://www.ocafezinho.com/
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