ODEBRECHT ENTREGA TODO ESQUEMA DE PROPINAS DE AÉCIO
Empreiteira afirma que a contrapartida oferecida pelo
senador Aécio Neves (PSDB-MG) foram obras em Minas Gerais, como a Cidade
Administrativa, e grandes parcerias no setor elétrico, em parceria com Furnas e
Cemig; “Nós estávamos investindo dinheiro numa pessoa que ia se constituir
no mandatário do país”, disse o executivo Benedicto Barbosa
Junior; "Ele passou a ser a grande interface nossa com o PSDB”, disse
ainda Marcelo Odebrecht; alvo de cinco inquéritos no Supremo Tribunal Federal,
o senador tucano, que atirou o Brasil na maior crise de sua história, ao
liderar o golpe de 2016, disse que jamais se envolveu em atos ilícitos
6 DE MAIO DE 2017 ÀS 07:57
Minas 247 – O senador Aécio Neves (PSDB-MG), que
atirou o Brasil na maior crise de sua história, ao liderar o golpe de 2016, é o
protagonista de uma reportagem do jornalista Hudson Corrêa, que revela todo o
seu esquema de propinas na Odebrecht.
Confira, abaixo, um trecho:
Aécio Neves acabara de perder a eleição para presidente da
República. Mesmo assim, a Odebrecht honrou o pagamento da última parcela de sua
campanha, em novembro de 2014 – em caixa dois, como mandava a regra. Eram R$
500 mil, derradeira fatia de um acerto de R$ 6 milhões.
O executivo Sérgio
Neves conta que pegou o dinheiro numa mochila preta no escritório da empreiteira
em Belo Horizonte, colocou no porta-malas do carro e dirigiu por meia hora até
a Minasmáquinas, concessionária Mercedes-Benz localizada na saída da cidade.
Encontrou-se no estacionamento com o dono da loja, Oswaldo Borges da Costa, o
Oswaldinho, tesoureiro informal de Aécio.
“Ele [Oswaldo] pegou a mochila e
colocou no porta-malas do carro”, diz Sérgio Neves em seu depoimento.
Pronto,
mais uma entrega de propina da Odebrecht para Aécio era concluída com sucesso.
Oswaldinho convidou Sérgio Neves para almoçar no escritório. Na despedida,
mostrou sua coleção de mais de 100 carros antigos, guardados em dois galpões.
Entre as raridades figurava um Rolls-Royce Silver Wraith 1953, a bordo do qual
Aécio Neves desfilou na posse como governador de Minas Gerais em 2007. Por
pouco, o investimento da Odebrecht não levou o tucano a passear em outro
Rolls-Royce da década de 1950, que o levaria ao Palácio do Planalto. Seria o
terceiro presidente da República ligado à Odebrecht.
Presidente do PSDB e senador, Aécio Neves é um dos
personagens mais frequentes nas delações dos 77 executivos da Odebrecht. Não à
toa, divide com o senador Romero Jucá, do PMDB, o título de campeão no número
de inquéritos derivados da delação, abertos pelo ministro Edson Fachin, relator
da Lava Jato no Supremo.
É investigado em cinco. Nesta semana, ele prestou seu
primeiro depoimento à Polícia Federal, sobre a investigação relacionada a
irregularidades em Furnas. Reunidos os inquéritos, Aécio é acusado de ter
cometido os crimes de corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e fraude
em licitação.
A divulgação da delação da Odebrecht mudou a perspectiva do
senador tucano. A segunda candidatura à Presidência da República em 2018, que
seria natural, soa muito distante, coisa do passado.
Recentemente, Aécio
comentou com amigos que pode ser candidato apenas a deputado federal, diante
das dificuldades para obter votos até para manter-se no Senado.
Aécio foi uma aposta antiga da Odebrecht, coisa de longo
prazo. As delações relatam propinas pagas desde que ele era governador de Minas
Gerais, entre 2003 e 2010. “Nós estávamos investindo dinheiro numa pessoa que
ia se constituir no mandatário do país”, disse o executivo Benedicto Barbosa
Junior, o BJ, chefe de Sérgio Neves.
BJ cuidava das principais obras da empreiteira
pelo Brasil – acima dele estava apenas Marcelo Odebrecht. Por isso, tinha
trânsito com políticos de variados partidos, entre eles Aécio.
A relação era
tão boa que BJ disse aos procuradores da Lava Jato que frequentava o
apartamento do senador no Rio de Janeiro e o Palácio das Mangabeiras,
residência oficial do governo em Minas Gerais.
Possuía na agenda até o telefone
da mãe de Aécio para encontrar o tucano quando seus assessores não o
localizassem.
Leia aqui a íntegra
Fonte: http://www.brasil247.com/
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