6/3/2017 19:36
Nova denúncia: empreiteiro acusa Temer de exigir R$ 1 milhão
no Jaburu, pago em cheque nominal
Lembra daquele cheque nominal a Temer, mostrado por Dilma?
Não foi apenas a Odebrecht que pagou propina ao grupo
político de Michel Temer, depois de um encontro no Palácio do Jaburu (leia
aqui).
Além dos R$ 10 milhões pagos pela Odebrecht, num esquema em que José Yunes,
melhor amigo de Temer, disse ter sido "mula" de Eliseu Padilha, a
Andrade Gutierrez também acertou uma doação diretamente com Temer, após um
encontro no Jaburu.
A revelação foi feita pelo executivo Otávio Azevedo, em depoimento ao ministro
Hermann Benjamin, do Tribunal Superior Eleitoral, que deve propor a cassação de
Temer.
O furo é do jornalista Daniel Pereira. Abaixo, um trecho de
sua reportagem:
Azevedo contou ao ministro Herman Benjamin, relator do ação que pede a cassação
da chapa Dilma-Temer, que combinou a doação diretamente com Temer, numa reunião
no Palácio do Jaburu. Depois, tratou com Padilha a forma de pagar a fatura.
– E aí o senhor disse que comunicou à assessoria do vice-presidente?, perguntou
o advogado Flávio Caetano, da defesa de Dilma no TSE
– Isso, respondeu Azevedo
– Quem era a pessoa?, insistiu Caetano
– Padilha
Em 2014, Temer usou a mesma estratégia para pedir dinheiro
às empreiteiras. Um de seus homens de confiança procurava as empresas. Depois,
levava os executivos para uma reunião com o então vice-presidente.
O acordo
para o repasse de recursos era sempre sacramentado pessoalmente com Temer. Foi
o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha que levou Otávio Azevedo ao Jaburu.
Leia, ainda, artigo de Fernando Brito, editor do Tijolaço, a respeito do novo
escândalo:
Andrade Gutierrez: Cunha levou empresário a Temer para “sacramentar” propina
POR FERNANDO BRITO
A Veja lança uma bomba de grande poder explosivo, no seu site.
Cunha era agenciador dos pedidos de dinheiro feitos por Michel Temer.
A história.
Otávio Azevedo, ex-presidente da Andrade Gutierrez, disse em depoimento ao
ministro Herman Benjamim que a empreiteira acertou com Padilha o repasse de 1
milhão de reais para Temer na campanha de 2014.
Azevedo, todos se recordam, faz a primeira delação dizendo que o dinheiro era
de propina e destinado a Dilma Rousseff. Quando apareceu o cheque em favor da
campanha de Temer, teve de pedir para desdizer-se e afirmar que não era mais de
propina, era legal, e destinado ao então vice.
Agora, surge a revelação de que Azevedo contou em seu depoimento que combinou a
doação diretamente com Temer, exatamente como fez com Marcelo Odebrecht numa
reunião no Palácio do Jaburu. E, em seguida, combinou com Eliseu Padilha a
forma de pagar a fatura.
Com um detalhe picante e sintomático: Azevedo foi levado ao encontro do então
vice-presidente por ninguém menos que Eduardo Cunha.
Cunha tem, como se vê, um arsenal de altíssimo calibre.
É por isso que ninguém quer a delação premiada do ex-presidente da Câmara.
Fonte: Brasil247
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