Ombudsman da Folha rebate Janot: mentiroso é você!
Domingo 26 de Março de 2017
(Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)
Da Folha
A coluna publicada em 19 de março esteve no centro de
polêmica entre atores do jogo político brasileiro.
Escrevi que a cobertura dos principais órgãos de comunicação
sobre os pedidos de abertura de inquérito baseados nas delações premiadas de
executivos e ex-executivos da construtora Odebrecht trazia versões
inacreditavelmente harmoniosas umas com as outras.
Das dezenas de envolvidos na investigação, vazaram para os
jornalistas nesse primeiro momento os mesmos 16 nomes de políticos, sem que se
saiba o critério utilizado.
Apurei que as informações foram obtidas em encontro de
jornalistas e representantes da Procuradoria-Geral da República, sob condição
de off, quando a fonte da reportagem não é identificada no texto.
O procurador-geral, Rodrigo Janot, disse que a afirmação é
uma “mentira”. O ministro do STF Gilmar Mendes (veja como o Janio de Freitas o
desnudou de forma literal – PHA ) aproveitou para acusar a PGR de
“chantagem” ao vazar informações sob sigilo.
Janot reagiu falando em
“disenteria verbal” (tema de palpitante TV Afiada – PHA).
Reafirmo, como já fiz durante a semana, as informações aqui
publicadas, confirmadas por mais de três fontes independentes, como requer a
boa prática jornalística.
A ombudsman é profissional com atuação independente e
isolada da Redação da Folha. Se a informação chegou até mim, cabia apurar,
verificar e publicar. Foi o que fiz, em nome da transparência e da defesa do
bom jornalismo que o leitor merece.
Há crises que são saudáveis por gerar a necessidade de
revisão de procedimentos e comportamentos.
A operação Lava Jato se coaduna com
esse espírito em muitos dos seus principais movimentos. O turbilhão que
involuntariamente provoquei também tem esse potencial.
Os defensores da independência, da transparência e da
acuidade da informação têm aqui uma aliada, onde os obscurantistas por certo
verão uma adversária.
Fonte: http://www.ocafezinho.com/
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