terça-feira, 28 de março de 2017

Direita perde as ruas e esquerda quer cassação de Temer pelo TSE

Direita perde as ruas e esquerda quer cassação de Temer pelo TSE
28 de março de 201
 
People demonstrate in support of Brazil's President Dilma Rousseff's appointment of Brazil's former President Luiz Inacio Lula da Silva as 
her chief of staff, at Paulista avenue in Sao Paulo, Brazil, March 18, 
2016. REUTERS/Paulo Whitaker

ALEX SOLNIK

A direita perdeu o discurso e as ruas.

O discurso de que Dilma tinha que ser deposta como medida moralizadora de salvação do país caducou.

Com a sua deposição, os corruptos – que estavam nos porões 
do navio – chegaram ao convés, é o que a Lava Jato cansa de demonstrar todos os dias.

A direita foi às ruas em apoio à Lava Jato sem perceber que a operação é a maior ameaça à sobrevivência de Temer.

Os reacionários não se tocaram que não podem ao mesmo tempo lutar contra a corrupção e a favor de Temer, porque são assuntos excludentes.

Se dão força à Lava Jato enfraquecem Temer; se dão força a Temer enfraquecem a Lava Jato.

O governo Temer não combate a corrupção, protege os suspeitos de corrupção. O governo Temer não combate a corrupção, combate a Lava Jato.

O discurso do combate à corrupção se esvaziou.

Sem discurso, não tem rua. Por isso as manifestações de domingo fracassaram.

O fracasso das manifestações é equivalente ao fracasso do governo Temer.

Essa é a hora de a esquerda retomar as ruas perdidas.

Não é ir às ruas contra a reforma da Previdência apenas, mas ir às ruas contra Temer. Não com o Fora Temer genérico, mas com uma bandeira específica: a sua cassação.

A esquerda, se quiser retomar o protagonismo político tem que ir às ruas para garantir a sua cassação no TSE, ameaçada pela presença de seu amigo Gilmar Mendes na presidência do tribunal.

A rua é o único elemento de pressão na falta da Globo. Se ou as ruas ou a Globo não pressionam, nada acontece neste país.

A esquerda que passou os dois últimos anos na defensiva (defendendo a democracia) agora tem que partir para o ataque contra o governo que ameaça a democracia.

A ameaça à democracia, iniciada com o golpe parlamentar, continuou e continua com a formação de um governo e de sua maioria parlamentar investigados por corrupção e suas investidas por retirar todas as garantias sociais inseridas na constituição, graças a essa maioria.

A esquerda não pode se acomodar e assistir de camarote às manobras que Gilmar Mendes deve estar preparando em busca da sobrevida de seu amigo Temer, que é a sobrevida de todos seus projetos nefastos e retrógrados.



Nenhum comentário:

Postar um comentário