Direita perde as ruas e esquerda quer cassação de Temer pelo
TSE
28 de março de 201
People demonstrate in support of Brazil's President Dilma
Rousseff's appointment of Brazil's former President Luiz Inacio Lula da Silva
as
her chief of staff, at Paulista avenue in Sao Paulo, Brazil, March 18,
2016.
REUTERS/Paulo Whitaker
ALEX SOLNIK
A direita perdeu o discurso e as ruas.
O discurso de que Dilma tinha que ser deposta como medida
moralizadora de salvação do país caducou.
Com a sua deposição, os corruptos – que estavam nos porões
do navio – chegaram ao convés, é o que a Lava Jato cansa de demonstrar todos os
dias.
A direita foi às ruas em apoio à Lava Jato sem perceber que
a operação é a maior ameaça à sobrevivência de Temer.
Os reacionários não se tocaram que não podem ao mesmo tempo
lutar contra a corrupção e a favor de Temer, porque são assuntos excludentes.
Se dão força à Lava Jato enfraquecem Temer; se dão força a
Temer enfraquecem a Lava Jato.
O governo Temer não combate a corrupção, protege os
suspeitos de corrupção. O governo Temer não combate a corrupção, combate a Lava
Jato.
O discurso do combate à corrupção se esvaziou.
Sem discurso, não tem rua. Por isso as manifestações de
domingo fracassaram.
O fracasso das manifestações é equivalente ao fracasso do
governo Temer.
Essa é a hora de a esquerda retomar as ruas perdidas.
Não é ir às ruas contra a reforma da Previdência apenas, mas
ir às ruas contra Temer. Não com o Fora Temer genérico, mas com uma bandeira
específica: a sua cassação.
A esquerda, se quiser retomar o protagonismo político tem
que ir às ruas para garantir a sua cassação no TSE, ameaçada pela presença de
seu amigo Gilmar Mendes na presidência do tribunal.
A rua é o único elemento de pressão na falta da Globo. Se ou
as ruas ou a Globo não pressionam, nada acontece neste país.
A esquerda que passou os dois últimos anos na defensiva
(defendendo a democracia) agora tem que partir para o ataque contra o governo
que ameaça a democracia.
A ameaça à democracia, iniciada com o golpe parlamentar,
continuou e continua com a formação de um governo e de sua maioria parlamentar
investigados por corrupção e suas investidas por retirar todas as garantias
sociais inseridas na constituição, graças a essa maioria.
A esquerda não pode se acomodar e assistir de camarote às
manobras que Gilmar Mendes deve estar preparando em busca da sobrevida de seu
amigo Temer, que é a sobrevida de todos seus projetos nefastos e retrógrados.
Fonte: http://clickpolitica.com.br/
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