PGR investiga dois saques feitos por Renan em 2012 e 2014
que somam R$ 300 mil
Relatório do Coaf apontou que líder do PMDB sacou dinheiro
em agências do Banco do Brasil no DF em em AL; senador disse que nenhuma
irregularidade foi encontrada pela Receita em suas contas.
Por Mariana Oliveira e Fabiano Costa, G1, Brasília
27/03/2017 20h59 Atualizado há 1 hora
Imagem do Google
A Procuradoria Geral da República (PGR) investiga dois
saques feitos pelo líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), que somaram
R$ 300 mil. Um dos saques foi feito em dezembro de 2012 e o outro em dezembro
de 2014.
Em uma das transações, o peemedebista sacou R$ 200 mil, de
uma vez só, em uma agência do Banco do Brasil em Maceió. Na outra, ele pegou na
boca do caixa R$ 100 mil em outra agência do BB, em Brasília.
Os dois saques foram relatados ao Banco Central pelo Conselho
de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). As informações fazem parte de um
dos nove inquéritos da Operação Lava Jato que Renan é alvo no Supremo Tribunal
Federal (STF).
Nesta investigação, a PGR apura se o senador do PMDB e o
deputado federal Aníbal Gomes (PMDB-CE) receberam propina por meio de doações
eleitorais para influenciar na contratação da empresa Serveng Civilsan pela
Petrobras.
Em nota enviada pela assessoria, Renan Calheiros disse que
suas contas são auditadas desde 2007 e nenhuma irregularidade foi encontrada
até o momento. Ele também criticou vazamentos que, segundo ele, tentam
"dar ar de denúncia" a saques legais feitos em contas pessoais (leia
a íntegra da nota ao final desta reportagem.
Renan e Aníbal Gomes foram
denunciados ao STF, em dezembro, por conta da suspeita de que cometeram
lavagem de dinheiro e corrupção passiva para beneficiar a fornecedora da Petrobras.
O diretor da Serveng Civilsan Paulo Twiaschor também foi
denunciado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, por corrupção
ativa e lavagem de dinheiro.
Aníbal Gomes tem negado as irregularidades. Já a fornecedora
da Petrobras disse, à época da denúncia, que recebeu com "indignação"
a denúncia contra um de seus executivos.
Saques
Segundo o relatório da Lava Jato elaborado com informações
do Coaf, Renan Calheiros sacou R$ 100 mil em espécie no dia 27 de dezembro de
2012. A transação bancária ocorreu em uma agência do Banco do Brasil na capital
federal.
A PGR especificou que a conta da qual foi sacado o dinheiro
era de titularidade do próprio Renan.
Dois anos depois, uma outra operação do senador do PMDB
alertou mais uma vez o sistema do Coaf. Em 30 de dezembro de 2014, o
parlamentar sacou, em uma agência do Banco do Brasil, em Maceió, R$ 200 mil.
O relatório da Lava Jato ressalta que, às 10h45 daquele dia,
o dinheiro foi transferido pela Agropecuária Alagoas Ltda para a conta corrente
de Renan Calheiros. O peemedebista é o dono da agropecuária.
Ainda de acordo com a PGR, Renan sacou integralmente o valor
da conta corrente às 15h05.
Nota
Leia a nota enviada por Renan Calheiros:
Minhas contas são auditadas pela Receita desde 2007 e nunca
foi encontrada qualquer irregularidade. Simplesmente porque não há nenhum
centavo em minhas contas que não tenha origem lícita. Crime são esses
vazamentos seletivos de dados sigilosos, que tentam dar ar de denúncia até
mesmo para saques legais em minhas contas pessoais.
Fonte: http://g1.globo.com/
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