MAGGI: PREJUÍZOS APÓS CARNE FRACA PODEM SER
“ESTRATOSFÉRICOS”
As suspeitas em torno da qualidade da carne brasileira,
geradas pela operação Carne Fraca da Polícia Federal, arranharam a imagem do
Brasil no exterior e podem resultar em um prejuízo de valores
"estratosféricos", afirmou nesta quarta-feira o ministro da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi; "Estamos falando de números
estratosféricos, não sabemos o tamanho da pancada que vem por aí", disse;
para o ministro, o Brasil pode ter uma oscilação de mercado de aproximadamente
10 por cento, cerca de 1,5 bilhão de dólares em termos anuais
22 DE MARÇO DE 2017 ÀS 20:44
Por Maria Carolina Marcello
BRASÍLIA (Reuters) - As suspeitas em torno da qualidade
da carne brasileira, geradas pela operação Carne Fraca da Polícia Federal,
arranharam a imagem do Brasil no exterior e podem resultar em um prejuízo de
valores "estratosféricos", afirmou nesta quarta-feira o ministro da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi.
Em audiência conjunta das comissões de Agricultura e de
Assuntos Econômicos do Senado, Maggi disse que os importadores de carne
brasileira que mais preocupam o governo brasileiro são China e Hong Kong, que
ainda não se posicionaram claramente sobre embargos.
"Estamos falando de números estratosféricos, não
sabemos o tamanho da pancada que vem por aí", disse o ministro.
Para exemplificar, Maggi citou números da média diária de
embarque de carnes, de cerca de 63 milhões de dólares.
"No dia de ontem tivemos 74 mil dólares", afirmou
o ministro.
Para o ministro, o Brasil pode ter uma oscilação de mercado
de aproximadamente 10 por cento, cerca de 1,5 bilhão de dólares em termos
anuais.
"É uma estimativa. Nós temos 15 bilhões de dólares por
ano de exportação nesse mercado, se tiver uma perda de mercado de 10 por cento,
seria aproximadamente um número desse. É claro que vamos trabalhar para que não
aconteça", disse.
CONVERSAS
Maggi disse ainda que o Brasil tem conversado com diversos
países compradores e admitiu preocupação especial com relação à China e à Hong
Kong. Segundo ele, o mercado está em "compasso de espera" pelas
reações desses dois importantes compradores.
Para ele, o "melhor dos mundos" é o problema ficar
restrito às 21 plantas abarcadas pela investigação da Polícia Federal e não ser
tratado de forma generalizada.
"Os países com quem nós conversamos já esta acertado,
nós não teremos problemas além desses 21 estabelecimentos", afirmou.
"Agora, a imagem do Brasil ficou arranhada",
admitiu. "É um sentimento que tem na população brasileira e fora daqui,
então, os prejuízos que vamos ter vão ser muito grandes", disse.
O ministro disse que vai telefonar até manhã de quinta-feira
para o ministro da Agricultura da Rússia para "dar algumas
explicações" e checar se o governo russo precisa de mais informações.
"Nesse momento, todo nosso esforço está na direção de
cuidar dos mercados", disse o ministro a jornalistas, após a audiência.
(Reportagem de Maria Carolina Marcello; Reportagem adicional
de Leonardo Goy)
Fonte: http://www.brasil247.com/
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