EUA: Taxa de assassinato de negros é oito vezes maior que de
brancos
ONU mostra média de homicídios de 19,4 afro-americanos por
cem mil entre 2010 e 2012
Uma mulher negra é detida, algemada e presa por um policial
branco: ela estava entre os manifestantes que nprotestavam do
lado de fora do
quarte-general da polícia de Baton Rouge,
capital da Louisiana - JONATHAN
BACHMAN / REUTERS
POR O GLOBO
POR O GLOBO
11/07/2016 4:30 / atualizado 11/07/2016 11:30
NOVA YORK — Negros são oito vezes mais propensos a serem
assassinados do que brancos nos EUA e 12 vezes mais vulneráveis do que um
indivíduo num país desenvolvido, de acordo com uma nova análise das Nações
Unidas.
O levantamento, feito pelo Escritório de Drogas e Crimes da
ONU (UNDOC) e pelo Centro Americano de Controle de Doenças, com dados do blog
FiveThirtyEight, revelou que uma média de 19,4 negros americanos por cem mil
pessoas foram mortos entre 2010 e 2012. O segundo índice mais alto deste tipo
de crime foi na Lituânia, com 6,9 pessoas por cem mil.
A população hispânica nos EUA tem uma taxa de assassinatos
de cerca de 5,3 por cem mil pessoas — quase a mesma da média nacional de 5,2 —
mas o índice entre pessoas brancas é de apenas 2,5 por cem mil. A taxa média
nos países desenvolvidos é de 1,6 por cem mil.
Os EUA testemunham protestos pela morte de dois negros nos
últimos dias. Philando Castile, de 34 anos, em Falcon Heights, Minnesota, e
Alton Sterling, de 37 anos, em Baton Rouge, na Louisiana, foram assassinados
por policiais. Outro homem, Derawn Small, de 37 anos, foi morto por um policial
fora de serviço quando ambos se envolveram num acidente de carro. E cinco
policiais foram mortos por um atirador negro durante um protesto em Dallas.
Segundo o chefe de polícia da cidade, David Brown, o atirador disse que queria
“matar brancos, especialmente policiais brancos”.
uma centena mortes só este ano
Mais de cem negros foram mortos por policiais nos EUA em
2016. O movimento Black Lives Matter (Vidas Negras Importam) começou em 2012
depois que o segurança branco George Zimmerman foi absolvido pelo assassinato
do jovem negro desarmado Trayvon Martin, em Sanford, na Flórida. A campanha
ganhou projeção nacional depois das mortes de Michael Brown, em Ferguson, Missouri,
em 2014, e de Freddie Gray, em Baltimore, Maryland, em 2015.
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