26/07/16 10:42 Atualizado em26/07/16 11:18
Pesquisa mostra que 52% dos brasileiros querem novas
eleições em outubro
Apenas 16% dos entrevistados defendem que Temer permaneça
no
cargo até o final de 2018 Foto: Jorge William / Agência O Globo
Rafaella Barros
Para 38% dos brasileiros, o presidente interno Michel Temer
deveria convocar novas eleições para outubro deste ano. Para outros 14%, a
presidente Dilma deve voltar ao posto e convocar as novas eleições. Assim, no
total, 52% defendem a medida. É o que mostra uma pesquisa divulgada nesta
terça-feira pelo instituto Ipsos, realizada em 72 cidades do país. O
levantamento aponta também que apenas 16% dos entrevistados defendem que Temer
permaneça no cargo até o final de 2018. Apenas 20% dos consultados querem a
volta de Dilma Rousseff, para que ela conclua o mandato.
A divulgação da Ipsos ocorre pouco mais de uma semana após a
polêmica pesquisa do Datafolha, que apontou que 50% dos brasileiros defendem a
permanência de Temer na presidência. O levantamento foi duramente criticado,
inclusive pela onbudsman da própria Folha, depois que o site “The Intercept”
mostrou que não foi feita a pergunta sobre novas eleições durante a consulta
pública. O novo levantamento também surge na véspera do fim do prazo para a
entrega das alegações finais da presidente Dilma à Comissão do Impeachment no
Senado Federal.
“O desejo de novas eleições vem sendo apontado pelo Pulso
Brasil há alguns meses. Isso é reflexo dos altos índices de desaprovação tanto
de Dilma Rousseff quanto de Michel Temer, que ainda não conseguiu associar sua
gestão a soluções dos principais problemas que afligem o brasileiro, como o
combate à inflação e ao desemprego. Além disso, há um descontentamento
generalizado com a classe política, e novas eleições trazem a percepção de que
novos nomes podem surgir como alternativa”, afirmou, em nota, Danilo Cersosimo,
diretor da Ipsos Public Affairs e responsável pelo Pulso Brasil.
Os percentuais mostrados no levantamento se referem às
alternativas apresentadas como resposta à pergunta “O que é melhor para o
Brasil?”.
A pesquisa, que faz parte do estudo mensal Pulso Brasil
realizado pela Ipsos desde 2005 no Brasil, registrou aumento na reprovação da
gestão do presidente interino. A avaliação dos que julgam a administração de
Temer “ruim ou péssima” variou de 43% em junho para 48% em julho. O percentual
dos que acham o governo “regular” ficou estável em 29% e a dos que julgam a
gestão “ótimo ou boa” subiu 1 ponto percentual, para 7%.
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