Pastor
justifica abuso contra a própria filha: “era só pra saber que era virgem”
Líder religioso abusava sexualmente da própria filha quase
que diariamente desde que ela tinha 14 anos. O pastor, que é dono de duas
igrejas, alega que agia em nome de Deus e mantinha tais atos para comprovar a
virgindade da adolescente. Às vezes, diante do choro da filha, ele parava e
pedia perdão
Pastor abusou da própria filha durante três anos. Religioso
alega que agia em ‘nome de Deus’ (Imagem: Bruno Barros)
Ele era pastor em duas igrejas e visto como um bom homem por
seus fiéis. Mas dentro de casa era temido por uma das filhas, uma estudante de
17 anos.
A menina procurou a polícia para denunciar que há três anos
era abusada sexualmente pelo próprio pai, 37 , que também atuava como taxista.
O líder religioso foi preso durante um culto e confessou o crime.
O autor do crime não será identificado e a congregação da
igreja não será revelada para preservar a identidade da vítima, menor de idade.
As informações são do ESHoje.
O delegado Lorenzo Pazolini, responsável pela Delegacia de
Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), garante que o pastor realizava
abusos sexuais no quarto da filha. “Nos primeiros dois anos ele permanecia com
atos libidinosos, depois cometeu a conjunção carnal. A madrasta explicou que
nunca tinha visto nada e nem desconfiava do marido”, comenta.
A polícia destaca que o homem cometia o abuso nos mesmos
horários, diariamente, com agressão física e verbal. “O abuso sexual tornou-se
rotineiro, quase diário. Às vezes diante do choro da filha ele parava e pedia
perdão”, relata.
O agressor também é pai de uma criança de quatro, e um
menino de 13 anos.
“Virgindade”
O pastor alega que mantinha tais atos para comprovar a
virgindade da adolescente, já que suspeitava de um encontro com um rapaz.
“Inicialmente era para atestar a virgindade, porque ela só poderia se casar na
minha igreja se fosse virgem. Eu sei que fui errado, eu coloquei a mão nela, eu
coloquei o dedo nela, mas sempre fui um bom pai”, prepondera o religioso.
A adolescente, exausta dos abusos, foi morar com uma amiga,
a qual a ajudou a realizar a denúncia no dia 11 de janeiro deste ano. Na
ocasião, o pai da vítima estava viajando para o Pará, local em que abriria
outra igreja.
A equipe de policiais encontrou na residência do pastor, no
município canela-verde, móveis em caixas. De acordo com o delegado Lorenzo
Pazolini, essa pode ser uma suspeita de que ele poderia estar planejando uma
fuga, já que desconfiava que seria denunciado pela filha.
Pazolini frisa que, antes, a menina morava com a avó
paterna, no Pará, e mais tarde veio morar com o pai, com o qual viveu por oito
anos. A mãe mora no Maranhão, mas não mantém contato. O pastor aguarda
julgamento, em reclusão no Centro de Triagem de Viana (CTV), e, se condenado,
pode continuar por lá por até mais 15 anos.
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