"Hoje sou eu, amanhã são vocês", alerta Cunha a
deputados
Notícias Ao Minuto9 horas atrás
Fornecido por Notícias ao Minuto
A votação sobre o parecer da cassação de Eduardo Cunha
(PMDB-RJ) foi adiada.
Com o início da Ordem do Dia do Plenário, a
Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) adiou para amanhã (13),
às 9h30 a votação do recurso do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ)
contra a decisão do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar que
aprovou parecer pela cassação do mandato dele.
No momento em que a reunião foi encerrada, o deputado João
Carlos Bacelar (PR-BA) apresentava seu voto em separado em que acolhe
mais argumentos da defesa, mandando retornar o processo para o Conselho de
Ética, a fim de ser escolhido um novo relator. Além disso, ele considera que
nada dos aditamentos poderia ser citado no processo final e que as votações do
conselho precisam ser feitas por processo eletrônico, único questionamento
aceito pelo atual relator na CCJ, deputado Ronaldo Fonseca (Pros-DF).
Cunha argumentou que, como o relator no conselho mudou de
partido, deputado Marcos Rogério (RO) – do PDT para o DEM –, passou a compor o
mesmo bloco parlamentar dele e, dessa forma, não poderia ser relator, pelas
regras do colegiado.
A Agência Câmara Notícias destaca que os deputados Chico
Alencar (Psol-RJ), Ivan Valente (Psol-SP) e Júlio Delgado (PSB-MG) se
pronunciaram contra Cunha. Além de Bacelar, o deputado Delegado Edson Moreira
(PR-MG) defendeu o relatório favorável ao retorno do processo para a fase
anterior.
CUNHA DÁ INDIRETA A DEPUTADOS
O G1 destaca que Cunha fez um pedido para que os deputados
acolhessem recurso contra a aprovação, pelo Conselho de Ética, da cassação do
mandato do peemedebista, sob risco de eles próprios serem prejudicados no
futuro.
“Hoje, sou eu. É o efeito Orloff: Vocês, amanhã”, afirmou o
deputado em referência ao slogan de uma propaganda de vodka na década de 1980,
que dizia: “Efeito Orloff: Eu sou vocês amanhã”.
Segundo a Globo News, a afirmação de Cunha foi interpretada
como uma "indireta" aos deputados.
A reportagem do jornal O Globo diz também que Cunha afirmou
em tom de ameaça que o processo contra ele é político e que, por uma acusação
contra ele ter virado uma "sentença transitada em julgado", nenhum
dos 117 deputados investigados devem escapar da cassação.
O deputado afastado lembrou que mais de 20% dos deputados
respondem a processos judiciais, todos de natureza penal, e que já estariam
todos cassados, se fosse seguida a lógica usada em seu caso. Ele disse que os
deputados investigados não vão sobreviver e devem ser cassados:
"A palavra do órgão acusador virou sentença transitada
em julgado, é um processo político. Então garanto que nenhum dos 117 deputados
e 30 senadores investigados sobreviverão nessa Casa e deverão ser todos
cassados", ameaçou Cunha.
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