13/07/2016 10h52 - Atualizado em 13/07/2016 10h52
Google e Facebook têm mais dados que EUA, diz fundador do
WikiLeaks
Assange diz 'capitalismo de vigilância' é novo modelo de
negócio mundial.
Para ele, 'quantidade de espionagem pode aumentar'.
Para ele, 'quantidade de espionagem pode aumentar'.
Da EFE
Julian Assange, o fundador do Wikileaks (Foto: Reuters/Peter
Nicholls)
fundador do WikiLeaks, Julian Assange, afirmou nesta
quarta-feira (13) que o novo modelo de negócio mundial é o "capitalismo de
vigilância" e que empresas de tecnologia, como o Google e o Facebook,
recebem mais informações do que a Agência de Segurança Nacional dos Estados
Unidos (NSA, na sigla em inglês).
Ainda abrigado na embaixada do Equador em Londres, onde está
asilado desde 2012, Assange afirmou, em uma videoconferência, que, como a NSA
acaba vigiando as empresas, a agência "se inteira igualmente" de
todas as informações que elas recebem.
O ativista australiano participou do seminário internacional
"Liberdade de Expressão, Direito à Comunicação Universal e Imprensa Plural
para as Democracias do Mundo", que foi realizado em Santiago, parte da
celebração dos 60 anos do Colégio de Jornalismo do Chile.
Assange também fez críticas ao Tratado Transpacífico (TPP,
na sigla em inglês), uma aliança que busca reduzir as barreiras comerciais e que
estabelece padrões comuns para os 12 países-membros, entre eles o Chile.
"O TPP, o TISA e o TTIP são um triângulo que procura criar um bloco
econômico para excluir a China e é uma resposta aos Brics [Brasil, Rússia,
Índia, China e África do Sul]."
Sobre as pressões que recebeu após os diálogos diplomáticos
sigilosos vazados pelo Wikileaks, Assange afirmou que não haverá uma reforma
nos EUA para deter a vigilância em massa, mas que esse deveria ser um tema de
interesse mundial.
"A quantidade de espionagem pode aumentar. O modelo de
negócio é o capitalismo de vigilância", afirmou o fundador do Wikileaks,
afirmando que essa espionagem é feita pelo próprio Google, com informações
extraídas, por exemplo, do Gmail.
"Por exemplo, o Google está tentando dominar o
transporte. Por que? Porque tem uma vantagem comparativa de mapas e imagens de
satélites das ruas, pessoas com celulares sendo monitoradas pelo Google Search
(mecanismo de busca)", explicou o ativista. Assange afirmou que isso pode
ser exemplificado pelos acordos entre o Google e empresas militares que seguem
a mesma lógica de rastreamento de informações.
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