Moro transforma Curitiba num estado policial para receber
Lula
10 de maio de 2017
O cientista político e professor da UnB Luis Felipe Miguel
criticou o fato do processo contra o ex-presidente Lula na Justiça Federal de
Curitiba ter tomado as feições de um embate entre o juiz e o réu.
“Até em ditaduras, quando elas desejam manter um mínimo de
fachada de respeito por procedimentos legais, é assim. Os processos de Moscou,
aos quais os críticos da Operação Lava Jato por vezes a comparam, foram uma
farsa. Mas suas estrelas não foram os juízes. A estrela foi Vichinsky, o
promotor.
Era ele, em consonância com a formalidade do processo, que
apresentava a acusação e empunhava a espada da vingança. Os juízes,
obedientemente, limitavam-se a condenar”, diz Miguel em artigo publicado no
portal jurídico Justificando.
Segundo o cientista político, o que espanta na Lava Jato é
isto: o absoluto desprezo pelas aparências. “Embalada pelo apoio acrítico da
mídia corporativa, a operação atropela regras e direitos, comandada por um juiz
que veste sem pudor a fantasia de justiceiro. Será lembrada como um dos
episódios mais sórdidos da história do Brasil”, afirma.
“A perseguição contra o ex-presidente Lula é o elemento mais
grotesco – e reconhecer este fato não exige qualquer simpatia por sua pessoa ou
por suas políticas. Contrariamente ao preceito de que a investigação nasce de
suspeitas, mobilizou-se polícia, Judiciário e Ministério Público para vasculhar
sua vida em busca de algo que o comprometesse.
É uma condenação em busca de um
crime”, diz Luis Felipe Miguel.
Segundo ele, não tem meio termo, não tem concessão ao
discurso dominante e aos consensos fabricados pela mídia: “o caminho da
reconstrução da democracia no Brasil passa por derrotar a Lava Jato”.
Brasil 247
Fonte: http://clickpolitica.com.br/
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