MORO FICA MUDO: Okamotto diz em depoimento “Bens de Lula são
milhares de cartas do povo, não uma Ferrari”
5 de maio de 2017
Em audiência na Justiça Federal em Curitiba, na quarta-feira
(4), Paulo Okamotto, presidente do Instituto Lula, explicou ao juiz Sergio Moro
e aos procuradores da Lava Jato como se deu o “apoio cultural” da OAS, então
comandada por Leo Pinheiro, à manutenção do acervo do ex-presidente Lula.
Okamotto começou seu depoimento denotando que a Lava Jato e
a grande mídia fazem parecer que Lula mantém guardado um veículo de luxo do
tipo “ferrari”, quando, na verdade, a grande parte dos bens acumulados pelo
petista no período em que esteve na Presidência da República é formada por
“cartas do povo brasileiro”, agradecendo pelos programas criados no governo do
PT, criticando outras ações e sugerindo ideias.
“Isso não fez parte de nenhuma
acerto [de propina entre PT e OAS]”, assegurou Okamotto. “Foi uma contribuição
de uma empresa em apoio a Lula”, disse a Moro.
O dirigente afirmou que, por conta da repercussão negativa
forjada em torno do acerco – que precisou de 11 caminhões para deixar a sede do
governo em Brasília – Lula, às vezes, “brinca que aquilo lá são tralhas, mas
não são”.
Para Okamotto, os bens da presidência têm importância histórica e um dos
papéis do Instituto Lula, criminalizado pela Lava Jato, é justamente cuidar
para que todo o material seja conservado.
Okamotto explicou, então, que procurou a Granero em meados
de 2011, para orçar o armazenamento do acervo. Quando apurou que ficaria em torno
de R$ 25 mil, percebeu que precisaria procurar uma empresa para arcar com a
despesa como “apoio cultural”.
Ele disse que encontrou com Pinheiro em uma das
visitas do ex-OAS ao recém criado Instituto Lula, e perguntou se a empreiteira
não teria um “depósito” para guardar o acervo provisóriamente, enquanto um novo
espaço não era locado.
Segundo Okamotto, Leo Pinheiro disse que não tinha um
depósito, mas foi informado de que, àquela época, a Granero já havia sido
contata para cuidar de parte do acervo em Brasília. O empresário, então, disse
que poderia verificar o custeio dessa despesa porque a OAS já tinha negócios
com a Granero.
Foi quando o contrato foi feito diretamente entre as duas
empresas, sem que os recursos – pouco mais de R$ 1 milhão, no total – tenham
passado pelo caixa do Instituto Lula.
O presidente do Instituto ainda explicou que, em 2015, com a
Lava Jato em voga, a Granero rescindiu unilateralmente o contrato e, aí, o
acervo foi direcionado ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Era para isso ter
ocorrido em 2012, porém, a sede do Sindicato não tinha espaço, àquela época,
para abrigar o volume exorbitante de material acumulado por Lula. Com uma
reforma concluída em 2015, a situação mudou.
“Acho importante e ficou claro que o apoio que o OAS deu foi
eminentemente cultural e não teve troca de coisa nenhuma”, endossou Okamotto ao
final de seu depoimento.
O Ministério Público Federal suspeita que a OAS pagou a
manutenção do acervo presidencial de Lula como contrapartida a contratos que a
construtora adquiriu junto à Petrobras. O principal documento utilizado para
levantar suspeitas sobre essa parceria da OAS com o Instituto Lula é o contrato
da Granero, que esconda a finalidade do serviço relacionada à armazenamento
para o petista, e afirma que se tratava de material de escritório da OAS.
Sobre o contrato, um dos principais pontos da denúncia, Moro
não fez nenhuma pergunta. Foi ao MPF que Okamotto disse que não saberia dar
detalhes sobre o documento, pois foi fruto de compromisso da OAS com a Granero.
Okamotto também contrariou informações prestadas por Leo
Pinheiro a Moro. O ex-OAS disse que combinou com Okamotto e João Vaccari Neto,
ex-tesoureiro do PT, que o triplex no Guarujá seria reformado e entregue a Lula
com recursos que a construtora deixaria de pagar ao partido como contrapartida
aos contratos da Petrobras.
Okamotto disse que nunca conversou com Pinheiro
sobre qualquer assunto relacionado ao apartamento, apenas sobre o acervo
presidencial e as palestras que a LILS fez a pedido da empresa.
Em seu depoimento, Leo Pinheiro também afastou qualquer
possibilidade de esquema corrupto em torno do acervo presidencial.
Ele disse
que, de fato, se tratou de apoio cultural, custeado com recursos lícitos da
OAS, que estava interessada em ter sua imagem vinculada à do Instituto Lula,
dado o prestígio internacional do ex-presidente.
Click Política com o GGN
Fonte: http://clickpolitica.com.br/
Ainda vamos ver muita coisa sendo esclarecida pois aidia é muito venal e indecente.
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