Procuradores Federais entram em parafuso após Lula afirmar
que pode ‘prender Lava Jato’
7 de maio de 2017
Brazil's General Prosecutor Deltan Dallagnol, coordinator of
the Lava Jato (Car Wash) anti-corruption operation's task force, speaks during
a press conference in Curitiba, Brazil, on May 06, 2016. Operation Car Wash has
uncovered a cartel based at Petrobras in which executives at the company, major
construction contractors and politicians colluded to embezzle funds. Dozens of
people have already been convicted or charged. / AFP / Heuler Andrey
O presidente da Associação Nacional dos Procuradores da
República (ANPR), José Robalinho Cavalcanti, rebateu as declarações do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, afirmando, em nota, que chefes do
executivo não possuem poder para decretar a prisão de qualquer pessoa.
“Apenas lamentar a frase, que soa como ameaça, de que –
supõe-se legitimamente que depois de mais uma vez eleito presidente – mandará
prender os que investigam”, disse Cavalcanti, referindo-se às declarações dadas
por Lula na última sexta-feira, quando afirmou que, se eleito, “mandaria
prender” quem espalhava mentiras sobre ele.
“Isso não deterá qualquer agente de Estado ou a marcha
serena e impessoal da Justiça, mas não é uma declaração digna de quem por oito
anos foi o supremo mandatário do País”, afirmou o presidente da ANPR na nota,
divulgada pelo portal G1. “O ex-presidente sabe muito bem que chefes do
executivo não ‘mandam prender’ ninguém em um Estado de direito. A justiça é que
o faz.”
O posicionamento de Lula foi emitido durante discurso na
abertura da etapa paulista do 6º Congresso Nacional do PT, na noite da última
sexta-feira.
Na ocasião, o petista voltou a reclamar da cobertura da imprensa
no caso da Lava Jato, além de reafirmar que a operação já possui uma “tese
pronta” que o coloca como líder de uma organização criminosa.
Quanto a essa última acusação, Cavalcanti afirma que as
investigações e processo da Lava Jato são “sérias, técnicas e impessoais”,
argumentando que o discurso de Lula é semelhante ao de dirigentes de outros
partidos políticos que também são investigados pela Operação.
O presidente da ANPR também afirma que a tese de que há uma
“grande conspiração universal” contra Lula não se sustenta em fatos. “A ampla
defesa permite todos os argumentos, é direito de qualquer réu alegar o que
quiser.
A Justiça – independente e técnica – decidirá”, diz Cavalcanti, depois
de enfatizar que, para a defesa do ex-presidente, “todos mentem” e apenas Lula
“falaria a verdade”.
CLICK POLITICA com Estadão
Fonte: http://clickpolitica.com.br/
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