Justiça
limita acesso a local de audiência
40 minutos atrás 09/05/2017
© Foto: Agência Brasil
Para tentar evitar tumulto durante o depoimento do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao juiz Sérgio Moro, previsto para
ocorrer nesta quarta-feira, 10, em Curitiba, a Justiça do Paraná proibiu
acampamentos na cidade e restringiu a circulação de pedestres e veículos em
áreas próximas à sede da 13.ª Vara Federal, local onde será realizada a
audiência. Caravanas organizadas por movimentos sociais, sindicatos e partidos
políticos já estão a caminho da capital paranaense.
Após um apelo de Moro,
grupos antipetistas, porém, desistiram de acompanhar o depoimento “in-loco”.
Nesta segunda-feira, 8, em decisão liminar, a juíza Diele
Denardin Zydek determinou multa diária de R$ 50 mil para quem montar estruturas
ou acampamentos em ruas e praças da cidade.
Também será aplicado multa aos
pedestres e veículos que ultrapassarem as barreiras que serão montadas ao redor
da sede da Justiça Federal. Moradores, trabalhadores e comerciantes que atuam
em um raio de 150 metros do prédio tiveram que fazer um cadastro para poder ter
acesso à área.
Na decisão, a juíza relatou que, pela análise dos documentos
apresentados pela Prefeitura de Curitiba, autora da ação, aproximadamente 50
mil pessoas devem ir à cidade acompanhar o depoimento. A magistrada argumentou
que esse fato, por si só, já exigiria a necessidade de planejamento “a fim de
evitar invasão de bens públicos e privados, o tumulto e confronto entre os
manifestantes".
Integrantes de movimentos que se posicionam contra Lula,
como o Vem Pra Rua, #Nas Ruas e Revoltados Online afirmaram nesta segunda-feira
que decidiram não ir a Curitiba para evitar “confrontos e desvio de foco”. A
decisão foi tomada após Moro divulgar um vídeo no sábado, 6, pedindo para que
apoiadores da Lava Jato não se deslocassem até a capital paranaense.
Eles, no
entanto, devem promover uma série de manifestações pelo País, incluindo atos em
frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília.
De acordo com fontes oficiais ouvidos pelo Estado,
porém, a previsão é de que, mesmo assim, haverá embates entre os grupos contra
e a favor de Lula. Por isso, o esquema policial montado deve envolver de 8 mil
a 12 mil agentes – civis, militares e federais. O número exato não foi
confirmado pela Secretaria de Segurança paranaense.
Além de isolar o local, a polícia também vai separar os
manifestantes em dois blocos.
Os apoiadores de Lula permanecerão na rua XV de
Novembro e os oponentes no Centro Cívico.
Empresários da região próximo à sede da Justiça Federal
reclamaram do transtorno causado pelo depoimento, mas afirmam que o forte
esquema de segurança será necessário para impedir mais transtornos. Nesta
segunda-feira, alguns já se preparavam para colocar tapumes e evitar que vidros
fossem quebrados.
“Provavelmente não iremos abrir, não sei o que esperar, se
vai ter algum tumulto, alguma bagunça”, afirmou o empresário Dênis Augusto, que
tem uma loja na região.
Em nota, o presidente do PT, Rui Falcão, criticou a decisão
judicial de restringir acampamentos e o acesso ao local.
A Defensoria Pública
impetrou um pedido de habeas corpus contra a medida, alegando que determinação
fere o direito de ir e vir.
Petistas. Deputados e senadores do PT também se
preparam para desembarcar em Curitiba e acompanhar o depoimento. Nesta
terça-feira, 9, integrantes da Executiva Nacional da legenda devem realizar uma
reunião na cidade.
A caravana petista está sendo organizada pela senadora
Gleisi Hoffman (PT), que é do Paraná.
Em artigo publicado nesta segunda, ela
acusou Moro de ter “lado” e de “liderar uma torcida”. / JULIO CESAR LIMA,
ROBERTO GODOY, GILBERTO AMENDOLA e ERICH DECAT
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