Lobista reafirma propina a Aécio em acareação com ex-diretor
de Furnas
Postado em 1 de março de 2017 às 11:46 am
Do Estadão:
Quase 12 anos após as primeiras denúncias de corrupção em
Furnas, o ex-diretor de Engenharia da empresa Dimas Fabiano Toledo ficou frente
a frente com o lobista e delator Fernando Horneaux de Moura condenado a 16 anos
e dois meses de prisão na Lava Jato.
Na acareação, Fernando Moura manteve sua versão de que, em
2003, o então dirigente de Furnas teria garantido que um terço da propina
arrecadada na estatal iria para o PT nacional, um terço para o PT de São Paulo
e um terço para o atual presidente do PSDB, senador Aécio Neves.
A acareação foi realizada pelos investigadores da Lava Jato
perante o Supremo Tribunal Federal, no inquérito que apura o suposto
envolvimento do senador tucano em um esquema de corrupção na estatal de
energia. A investigação é um dos desdobramentos da Lava Jato e foi aberta a
partir da delação do ex-senador Delcídio do Amaral (ex-PT/MS).
A ACAREAÇÃO ENTRE DIMAS TOLEDO E FERNANDO MOURA:
Amigo do petista José Dirceu, condenado a 20 anos de prisão
na Lava Jato, Fernando Moura auxiliou o então ministro da Casa Civil do governo
Lula na definição de cargos do governo, inclusive nas estatais, logo após a
posse, em 2003. Em seu relato, o lobista disse que foi informado pelo próprio
Dirceu que Aécio Neves havia solicitado ao presidente na época a permanência de
Dimas Toledo na estatal de energia.
Coube, então, a Moura, informar o dirigente
sobre sua permanência no cargo mesmo com a mudança de governo.
Frente a frente com Dimas Toledo, Fernando Moura manteve a
versão de que o acerto teria sido uma forma de retribuir o apoio do
recém-empossado governo do PT à permanência do então diretor de Furnas, segundo
ele uma indicação de Aécio na estatal.
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