JEFERSON
MIOLA 13 de Março de 2017
A divulgação dos depoimentos prestados por Marcelo Odebrecht
e três ex-diretores da empreiteira na ação do TSE que julga o pedido de
cassação da chapa Dilma/Temer é outra prova incontestável de que Moro, Janot e
os procuradores da Lava Jato sempre escondem os fatos que debilitam o governo
Temer e atingem o bloco golpista.
Num intervalo de apenas 10 dias, o juiz do TSE que relata o
processo contra a chapa Dilma/Temer, Herman Benjamim, colheu depoimentos de
delatores da Lava Jato e promoveu acareação entre os depoentes para esclarecer
contradições sobre detalhes do envolvimento de Michel Temer no recebimento de
R$ 10 milhões de propinas da Odebrecht.
As apurações no TSE trouxeram à tona informações detalhadas
sobre o rateio da propina no PMDB, a tarefa de cada um no esquema e, inclusive,
os códigos e senhas [sic] combinados para o recebimento do dinheiro.
A apuração é devastadora para o governo golpista; incrimina
Michel Temer e Eliseu Padilha e desnuda a mecânica da corrupção operada por
Eduardo Cunha e seus sócios.
Mais grave, contudo, é que tais fatos são do conhecimento da
Lava Jato há muitos meses, quando colheram os depoimentos destes mesmos
delatores da Odebrecht que ofereceram essas mesmas informações, mas foram
ocultados pelo juiz Moro e procuradores da república.
Não é a primeira vez que crimes e fatos desfavoráveis ao
bloco golpista são acobertados e só posteriormente descobertos. Esta é uma
prática constante da força-tarefa da Lava Jato.
São notórias as circunstâncias, por exemplo, em que Moro age
não como juiz, mas como advogado de defesa do presidente usurpador, como na
anulação das perguntas que Cunha endereçou ao Temer sobre o autodenominado
"mula" do Padilha, José Yunes.
O modus operandi do Moro e procuradores é bastante
conhecido: escolhem o que investigam, e selecionam o que e quando divulgam.
A Lava Jato, lamentavelmente, foi transformada num tribunal
de exceção para demolir o PT e impedir a candidatura do ex-presidente Lula à
presidência do Brasil.
Os juízes, policiais federais e procuradores da Lava Jato,
sempre que descumprem o dever de funcionário público, também deixam de cumprir
os deveres constitucionais e legais exigíveis dos operadores da justiça. Isso
diminui cada vez mais a credibilidade e a confiança da força-tarefa.
É fundamental que haja transparência nas investigações e
monitoramento externo à força-tarefa. O controle exclusivo destes processos por
funcionários públicos de duvidosa ética e isenção, poderá colocar toda a
Operação sob suspeita e perpetuar a estratégia de investigação seletiva e
enviesada.
À medida em que se aguarda o indiciamento de centenas de
políticos, além de outras centenas de pessoas envolvidas em crimes de
corrupção, é ainda mais imperioso assegurar transparência plena à Operação.
A opacidade e o segredo interessam unicamente a quem quer
manipular, controlar e instrumentalizar a Lava Jato para atingir inimigos
políticos e ideológicos.
O levantamento imediato do sigilo dos processos da Lava
Jato, para que a sociedade possa conhecer os fatos apurados em sua extensão
completa, é a exigência mínima para garantir alguma decência e lisura nas
investigações.
Fonte: http://www.brasil247.com/
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