segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Russos e indianos usam veneno de naja para prevenir e tratar câncer

Russos e indianos usam veneno de naja para prevenir e tratar câncer 
Cobra egípcia (foto de arquivo)
© flickr.com/ Michael Ransburg

CIÊNCIA E TECNOLOGIA 09:39 12.12.2016(atualizado 09:57 12.12.2016)
Um grupo de pesquisadores da Universidade Nacional de Ciência e Tecnologia – MISiS (Moscou), juntamente com colegas da Universidade indiana de Tezupra, criou um preparado à base de alfa-neurotoxinas, extraídas do veneno de naja, e nanopartículas semicondutoras.

O medicamento será capaz de localizar e demarcar áreas afetadas por tumores cancerígenos no organismo, comunicou a assessoria de imprensa da universidade russa. 

O diagnostico prévio e autêntico de doenças oncológicas recebe atenção importante entre as pesquisas biomédicas. Para uma retirada eficiente de tumores malignos, os médicos devem saber os limites da área operada.

Os especialistas da MISiS realizaram o preparo do medicamento, enquanto os pesquisadores indianos estudaram as características biológicas da conexão híbrida (conjugado) de duas moléculas, possuidoras de características diferentes: moléculas alfa-neurotoxinas, extraídas do veneno de najas tailandesas, e nanopartículas fluorescentes quânticas semicondutoras de seleneto de cádmio (os chamados pontos quânticos). 

Estes conjugados podem ser utilizados na realização de diagnóstico de novas formações oncológicas.

Para visualização do tumor, os cientistas resolveram utilizar a característica única das toxinas — interação seletiva com um "marcador" definitivo da doença. 

Segundo os pesquisadores, as moléculas alfa-neurotoxinas atacam os receptores colinérgicos nicotínicos, produzidos em enorme quantidade pelas células de tumor cancerígeno (por exemplo, o câncer de pulmão ou câncer de mama). 

Em um organismo saudável, os receptores colinérgicos participam da transmissão de impulso nervoso.

O gancho da "neurotoxina com o ponto quântico" percorre toda a corrente sanguínea até chegar ao órgão afetado, marcando toda a zona infectada pelo tumor com a fluorescência das nanopartículas. Tal iluminação é percebida somente em radiação ultravioleta.

Segundo o comunicado, este preparado é mais eficiente do que os análogos criados anteriormente. Além disso, ele pode ser usado como um remédio terapêutico caso seja adicionada composição de remédio à molécula do conjugado. Atualmente, o grupo de cientistas está se preparando para o próximo passo: as pesquisas pré-clínicas.

Fonte:  https://br.sputniknews.com/


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