URGENTE: Temer responde a protestos na PB e diz que torce
por ‘enchentezinha’
10 de março de 2017

Alvo de protestos durante cerimônia de inauguração de obras
de transposição do Rio São Francisco, na Paraíba, o presidente Michel Temer, no
início do seu discurso, em Monteiro (PB), mandou um recado aos manifestantes.
“Eles são a revelação mais clara da democracia que nós estamos vivendo”,
defendeu-se.
Depois, ironizou: “Temos que aplaudir a eles. Como estão no
sol, certa e seguramente, eles vão se banhar com as águas do Rio São
Francisco”. Do lado de fora da cerimônia, houve protestos contra o presidente,
com manifestantes gritando “Fora, Temer”.
No evento, o volume do som foi
aumentado e abafou o som das manifestações. “Se de um lado nós trazemos uma
grande obra aqui para a Paraíba, de outro lado, se faz o protesto, democracia é
assim”, disse Temer.
Em outro momento do seu discurso, quando comentava os
benefícios da obra, Temer chegou a afirmar que esperava ver uma “enchentezinha”
no Estado.
“Eu espero que, ao final deste mais um ano e oito meses de governo,
eu possa vir aqui e dizer que toda a Paraíba está irrigada, inundada de água,
quem sabe até uma ou outra ‘enchentezinha’. É exatamente isso o que eu espero”,
declarou.
Assim como fez em Campina Grande, também na Paraíba, por
onde passou pela manhã, Temer atribuiu a paternidade da obra ao povo, em uma
provocação aos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, que
publicaram notas ao longo da semana reivindicando o mérito pela transposição do
rio São Francisco.
“Esta é uma obra pensada desde o tempo do império e
executada nos últimos governos. É por isso que ambos Lula e Dilma, com a
delicadeza e civilidade que devem presidir as relações políticas, disseram que
quem terminou a obra foi o Temer, mas que isto passou por vários governos, que
merecem o aplauso de todos”, disse o presidente.
Ontem, em sua página no Facebook, Lula ressaltou que a obra
começou na sua gestão.
Ele escreveu que muitos diziam que a transposição era
algo impossível, “até que Lula foi lá e fez”, destacando que os trabalhos
começaram em 2007, quando ele estava no primeiro ano do seu segundo mandato.
Dilma, também ontem, em seu site, apresentou números para
destacar que a maior parte dos investimentos foi feito no período petista.
“Os
governos Lula e Dilma empenharam 92,40% e pagaram 87,50% da execução do projeto
de integração do São Francisco, antes do golpe de 2016”, diz a nota. Ela já
havia dito, na terça-feira, que 86,3% das obras estavam concluídas até abril do
ano passado, um mês antes de Dilma ser afastada da Presidência.
Na abertura da cerimônia em Monteiro, a prefeita da cidade,
Anna Lorena Leite (PSDB), afirmou que a obra é “fruto do trabalho de vários
líderes, que se empenharam para tornar realidade” a transposição das águas do
rio São Francisco. “Essa obra é a redenção do nosso povo”, concluiu.
Ao ser mencionado pelo senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB)
como um entre os “vários responsáveis” pela obra, o nome do ex-presidente Lula
foi aplaudido pelos presentes.
Cunha Lima também relembrou o atraso da obra na
gestão de Dilma. A conclusão da obra foi atribuída pelo senador ao governo
Temer. “Muitos contribuíram para ela (obra), mas é o presidente Michel Temer e
sua bancada que nos permitiu viver este momento.”
No fim do seu discurso em Monteiro, Temer disse que seu
governo tem “causado os melhores efeitos, sem nenhuma desvantagem em relação a
governos anteriores”, admitindo que sua gestão é marcada por “sacrifícios”, em
referência às reformas econômicas.
“Eu sempre me recordo de uma frase que se
atribui a d. Hélder Câmara: eu sou como a cana na moenda. Por mais que eu seja
espremido, eu só consigo dar doçura, eu só consigo dar doçura, só doçura, minha
gente”.
Fonte: http://clickpolitica.com.br/
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