Simone Tebet
Repercute em Brasília pensão milionária da mãe de Simone
Por: Redação 06/03/2017 às 21:12
A senadora Simone Tebet (PMDB-MS), uma das mais empolgadas
artilheiras da campanha moralizadora que derrubou Dilma Roussef, é peça-chave
na base de apoio do seu correligionário Michel Temer, o presidente da
Republica,.
Defensora da PEC 287 - a proposta governista que altera o sistema
previdenciário, detona conquistas sociais e fixa em 65 anos a idade mínima para
aposentadoria de homens e mulheres -, Simone tem um motivo fortíssimo dentro de
casa para defender o direito dos idosos de usufruir de uma pensão com valor
suficiente para uma velhice digna e confortável.
O motivo à disposição da senadora é o valor da
aposentadoria de sua própria mãe, a viúva Fairte Tebet: R$ 31 mil 938,03
mensais.
Ela tem essa renda porque o seu falecido esposo governou Mato Grosso
do Sul por 10 meses (de maio de 1986 a março de 1987), quando substituiu Wilson
Matins, que se licenciou para concorrer ao Senado.
Isto significa que a mãe de
Simone, ganhando R$ 376 mil 776 por ano por 10 meses de investidura do esposo
no mais elevado cargo publico do Estado, não vai sofrer com a dura pancada que
a PEC 287 reserva à grande maioria do povo brasileiro, sobretudo as mulheres,
conforme aponta a proposta palaciana.
O fato, noticiado pelo site http://www.ojacare.com.br/.../ms-paga-pensao-de-r-319.../,
logo virou objeto de consumo nas rodas políticas e sociais de Brasília.
No
Congresso Nacional, com maioria folgada, o governo tem tranquilidade e já
comemora com antecedência a aprovação da PEC 287, que tem outro parlamentar
sulmatogrossense em posição estratégica para fazer a matéria avançar: o
deputado federal Carlos Marun (PMDB-MS), presidente da Comissão Especial da
Reforma da Previdência.
O interessante é que os comentários praticamente não
contêm críticas azedas à viúva de Ramez Tebet, mas são fortes os
questionamentos sobre como votará sua filha quando a PEC chegar ao plenário.
É necessário observar que esse tipo de pensão vitalícia tem
defensores e críticos. Nem todos os ex-governadores e cônjuges (vivos ou na
viuvez) aceitaram.
Em Mato Grosso do Sul, os ex-governadores Marcelo Miranda e
Pedro Pedrossian são portadores do holerite especial para os aposentados da
categoria.
A pensão de Pedrossian, que governou Mato Grosso e Mato Grosso
do Sul, é de R$ 54 mil. A de Miranda é de R$ 30,4 mil. Os ex-governadores
Wilson Martins, Zeca do PT e André Puccinelli, ao que consta, declinaram do
benefício.
A PEC tem cláusulas que propõe a redução de 50% e até mais
nas pensões e pode até mutilar as aposentadorias por investiduras políticas em
cargos executivos e legislativos.
No caso da senadora Simone Tebet, a polpuda
renda paga á sua mãe pelos cofres públicos entra no corredor do questionamento
ético dirigido aos protagonistas do processo que construiu o impeachment da
presidenta Dilma Roussef, acusada de crime de responsabilidade.
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