13/09/2016 21h30 - Atualizado em 13/09/2016 21h31
Snowden pede que Obama lhe perdoe antes de deixar a Casa
Branca
Asilado na Rússia, ex-analista da NSA diz que revelação do
megaesquema de espionagem americano foi "necessária" ao país e pede o
perdão da Casa Branca. "Se não fosse por essa divulgação, estaríamos
pior", declara.
Ex-técnico da CIA, Edward Snowden divulgou documentos sobre
esquema de espionagem americana (Foto: The Guardian/AP)
Edward Snowden, ex-colaborador da Agência de Segurança
Nacional americana (NSA), pediu nesta terça-feira (13/09) que o presidente
Barack Obama lhe conceda o perdão antes de deixar a Casa Branca. Em 2013, ele
revelou um amplo esquema de espionagem do governo dos Estados Unidos.
Em entrevista ao jornal britânico "The Guardian"
por videoconferência a partir de Moscou, onde está asilado desde 2013, Snowden
afirmou que as suas ações foram "necessárias" e, mais do que isso,
beneficiaram o país. "Se não fosse por essa divulgação, por essas
revelações, estaríamos pior", disse.
Sim, há leis que dizem uma coisa, mas talvez seja por isso
que exista o poder do perdão – para as exceções, para as coisas que parecem
ilegais no papel, mas que, quando as vemos do ponto de vista moral e ético,
quando vemos os resultados, mostram que eram necessárias", acrescentou ele.
Snowden ainda destacou que "nunca houve evidências
públicas de que qualquer indivíduo tenha sido prejudicado" como resultado
de suas revelações.
O americano de 33 anos vive há três anos na capital da
Rússia, desde que divulgou milhares de documentos secretos da NSA, expondo o
sistema de vigilância mundial americano. Nos EUA, ele foi acusado de traição de
segredo de Estado e pode pegar até 30 anos de prisão.
Na entrevista, Snowden pede que Obama lhe conceda o perdão
antes de deixar a presidência em 2017, ano em que também expira sua permissão
de residência na Rússia. Em todo caso, ele disse estar preparado para ir à
prisão nos EUA, pois está "disposto a fazer muitos sacrifícios" pelo
seu país.
Enquanto isso, o governo americano insiste que Snowden volte
aos Estados Unidos para enfrentar as acusações. Na segunda-feira, o porta-voz
da Casa Branca, Josh Earnest, já havia declarado que os vazamentos feitos pelo
ex-analista "prejudicaram os EUA" e constituem "crimes
sérios" contra o país, por isso pede a extradição do americano. Em 2015, o
governo americano rejeitou um pedido com mais de 150 mil assinaturas para que o
whistleblower fosse perdoado.
Ao longo dos próximos dias, estreia nos cinemas mundiais o filme
Snowden, do diretor Oliver Stone, que relata a história por trás dos vazamentos.
O cineasta veterano já chegou a declarar publicamente sua opinião favorável ao
perdão de Snowden por parte dos Estados Unidos.
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