Brasil
Presidenta do Chile condena golpe no Brasil em coletiva nos
EUA
A presidenta do Chile, Michelle Bachelet, afirmou nesta
quinta-feira (22) que não gostou do impeachment de Dilma Rousseff e que o
processo foi mais fácil de ser realizado porque se tratou de uma mulher, e não
de um homem.
Bachellet falou sobre como a sociedade age com lideranças
mulheres
"Eu sou muito amiga de Dilma. Gosto dela e ligo para
ela. A Constituição do Brasil permite (o impeachment), portanto em termos de
legalidade não posso dizer nada. Mas não gostei do que aconteceu, isso é tudo o
que posso dizer", disse Bachelet em conferência no centro de estudos
Wilson Center de Washington.
"Acredito que é mais fácil quando é uma mulher do que quando é um
homem", acrescentou, em meio a um forte aplauso em um auditório com
aproximadamente 300 pessoas.
Bachelet se pronunciou sobre a destituição de Rousseff na rodada de perguntas
de sua conferência sobre a participação das mulheres na política. Tanto a líder
chilena como Dilma foram as primeiras mulheres a serem presidentas em seus
respectivos países.
Outra das presentes a perguntou se, quando ela fez campanha, também
"sofreu o sexismo agora enfrentado por Hillary Clinton", a candidata
democrata à Casa Branca. "Claro, eu era a gorda. Sempre falam sobre
quem me dá as ideias, e ainda hoje, como presidente, há muito muito sexismo,
embora pensemos que a sociedade melhorou muito", respondeu Bachelet,
eleita a primeira presidente do Chile em 2006.
De acordo com Bachelet, "se você for mulher, te dizem que é fraca porque
não grita ou fala palavrão, e algumas mulheres líderes se disfarçam de homens,
mas é preciso respeitar a sua própria maneira de liderar".
"Frequentemente me sinto afligida pelo modo como os veículos de imprensa
tratam Hillary", acrescentou, sem se aprofundar mais no assunto.
A presidenta do Chile começou nesta quinta-feira, após participar da Assembleia
Geral das Nações Unidas em Nova York, uma visita de dois dias a Washington para
homenagear o 40º aniversário do assassinato do ex-chanceler chileno Orlando
Letelier na capital americana por agentes da ditadura de Augusto Pinochet.
Fonte: Opera Mundi
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