domingo, 18 de setembro de 2016

Dispositivo da antiguidade, muito avançado para sua época, abre seus segredos



Dispositivo da antiguidade, muito avançado para sua época, abre seus segredos

Embora parecia ser somente um bloco corroído de algum tipo de material quando foi encontrado nos destroços de um navio na costa da Grécia, próximo de Antikythera em 1900, em 1902 o arqueólogo Valerios Stais, olhando para a engrenagem incrustada nele, adivinhou que aquilo que agora chamamos de “mecanismo de Antikythera” foi algum tipo de relógio com base na astronomia. Ele fazia parte da minoria de pessoas que achavam isto, pois a maioria delas concordava que algo tão sofisticado provavelmente tinha caído dentro dos destroços do navio após 2.000 anos. Acreditava-se que nada igual a este objeto existiu até 1.500 anos mais tarde.
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Em 1951, o historiador britânico Derek J. de Solla Price começou a estudar a descoberta e até 1974 ele tinha decifrado que de fato se tratava de um aparelho da Grécia datado de entre 150 e 100 AC. Ele percebeu que o dispositivo usava engrenagens de bronze entrelaçadas, conectadas à uma manivela para mover os ponteiros na face do aparelho, de acordo com o Ciclo Metônico, um padrão de 235 meses que os antigos astrônomos usavam para predizer os eclipses.
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Em 2009, a tecnologia moderna de imageamento tinha identificado todas as 30 engrenagens do mecanismo, e um modelo virtual foi disponibilizado.
A compreensão de como as peças se encaixavam confirmou que o mecanismo de Antikythera era capaz de predizer as posições dos planetas que os gregos estavam familiarizados (Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno), bem como do Sol, da Lua e dos eclipses. Ele até mesmo tinha uma pedra preta e branca que girava para mostrar as fases da Lua.
Andrew Carol, um engenheiro da Apple, construiu um modelo funcional (muito maior) do aparelho, usando peças de Lego, a fim de demonstrar sua operação.
Em junho de 2016, uma equipe de especialistas internacionais revelaram novas informações derivadas das pequenas escritas nas partes do aparelho, em grego antigo, que eram muito pequenas para serem lidas, com alguns dos caracteres tendo somente 1,25 milímetros de altura, até que tecnologias avançadas de imageamento permitiram que fossem visualizados de forma clara. Agora eles já leram 35.000 caracteres explicando o aparelho.
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As escritas certificam as capacidades do mecanismo de Antikythera: Primeiro, o texto se refere aos eclipses pela cor, que provavelmente foram visualizados com algum tipo de significado oracular. Segundo, parece que o aparelho foi construído por mais de uma pessoa na ilha de Rhodes, e provavelmente não era o único em existência.
Aparentemente, os antigos gregos estavam muito além em sua compreensão astronômica e mecânica do que tínhamos imaginado.

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