Após acusação de receber US$ 5
milhões em esquema de corrupção na Lava Jato, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) fala em
vingança e promete “explodir o governo”. O presidente da Câmara já admite a
aliados que pode se “ferrar”, mas o governo sofrerá as consequências. “Guerra é
guerra”, afirmou
O presidente da Câmara, Eduardo
Cunha (PMDB-RJ), reagiu às novas acusações contra
si no âmbito da Operação Lava Jato com a ameaça de rompimento
com o governo Dilma Rousseff, no momento em que a presidenta se vê sob a ameaça
de enfrentar um processo de impeachment no Congresso.
Responsável por uma eventual
formalização do procedimento na Casa legislativa, onde processos de impedimento
presidencial têm início, Cunha já estaria com a decisão tomada e a ser
anunciada em coletiva de imprensa no Congresso, ainda nesta sexta-feira (17) –
e, segundo os veículos de imprensa, de maneira irreversível.
Eduardo Cunha queria que o
governo Dilma blindasse seu nome das investigações da Lava Jato.
De acordo com Josias de Souza,
blogueiro do UOL, Cunha afirmou a interlocutores
que seu objetivo agora é “explodir o governo”. Em nota à
imprensa, o presidente da Câmara negou ter pedido propina de US$ 5 milhões em
um contrato de compra de navios-sonda da Petrobras, como relatou Camargo, em
declaração feita sob regime de delação premiada. Em coletiva de imprensa na
Câmara, ele desafiou Camargo a provar que diz a verdade e disse que não fugiria
de uma acareação.
Blindagem
Em outro depoimento, desta vez
prestado pelo doleiro Alberto Youssef, um dos principais delatores da Lava
Jato, a versão é que um deputado ligado a Cunha e membro da CPI da Petrobras
faz intimidação a Youssef e sua família para blindar o cacique peemedebista.
“Como réu colaborador, quero deixar claro que estou sendo intimidado pela CPI
da Petrobras por um deputado pau mandado do senhor Eduardo Cunha”, declarou
Youssef
Sem volta
Diante das acusações dos
delatores, o peemedebista resolveu retaliar o governo. Comunicou sua decisão ao
vice-presidente da República e principal articulador do governo, Michel Temer,
e ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que lhe teria dito que o
país vive uma crise institucional. Desde o começo desta semana, Cunha tem dito
a aliados que espera a formalização de uma denúncia da Procuradoria-Geral da
República, com comentários sobre retaliação nos bastidores. Ele avalia a
mudança de postura de Camargo, que até então o havia manido fora de suas
acusações, a uma interferência do governo em “conluio” com a PGR.
“Não há mais volta. A partir de
hoje, minhas relações com o governo estão rompidas”, disse Cunha, segundo a
revista Época. Já apuração da Folha de S.Paulo dá conta de que Cunha admite a
aliados que pode se “ferrar”, mas que o governo sofrerá as consequências.
“Guerra é guerra”, teria dito o deputado, reservadamente.
Planalto
O Planalto se mantém em silêncio
diante das movimentações relativas à Lava Jato. Por meio de nota divulgado
ontem (quinta, 16), a PGR reagiu às declarações de Cunha sobre a suposta
ingerência do órgão nas investigações e delações premiadas em curso. Para a
PGR, “o depoimento prestado […] por Júlio Camargo à Justiça Federal do Paraná
não tem qualquer relação com as investigações (inquéritos) em trâmite no âmbito
do Supremo Tribunal Federal”, referindo-se aos inquéritos contra figuras com
foro privilegiado no STF, caso de Cunha.
com informações de Fábio Góis,
Congresso em Foco
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