Várias Denúncias Recaem Sobre Aécio Neves E Põem Fim À “Blindagem”
Do Tucano
POSTADO POR: ELDER PEREIRA - 12:35:00
O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF),
não tem mais como blindar o senador e presidente nacional do PSDB, Aécio Neves.
A avaliação é do deputado Padre João (PT-MG), que cita as novas delações da
Operação Lava Jato que trazem mais denúncias contra o tucano. Em uma delas, o
ex-presidente da construtora OAS, Léo Pinheiro, disse - nas negociações para o
acordo de delação - que o senador teria recebido comissão das empresas que construíram
o centro administrativo do Estado de Minas Gerais, que custou R$ 1,2 bilhão.
Aécio já é alvo de duas investigações no STF, relatadas por Gilmar Mendes,
sobre o esquema de desvio de recursos em Furnas e sobre o mensalão do PSDB
mineiro.
De acordo com reportagem publicada pela revista Veja, no
final de semana, Léo Pinheiro informou que a OAS teria pagado a Aécio 5% do
valor recebido pela sua parte no empreendimento, construído por nove
empreiteiras. Pinheiro, segundo a revista, deu detalhes sobre o pagamento da
propina que era entregue por operador da empreiteira em dinheiro vivo a um
intermediário do senador.
Ainda, segundo a Veja, Aécio Neves também é citado nas
delações de Marcelo Odebrecht, da empreiteira que leva seu nome, de receber,
por fora, recursos para a sua campanha presidencial de 2014.
Busca e apreensão - O procurador-geral da República, Rodrigo
Janot, chegou a solicitar uma ação de busca e apreensão no Senado para coletar
dados para o inquérito que apura a acusação de que o senador Aécio Neves atuou
para “maquiar” dados sobre o Banco Rural, cujo objetivo seria esconder a
existência do mensalão mineiro durante a CPI dos Correios, em 2005. A medida,
no entanto, foi abortada depois que o Senado garantiu que daria acesso
irrestrito aos documentos.
No entanto, Janot determinou, na última semana, que
documentos do arquivo da CPI dos Correios sejam lacrados para impedir
“alteração em possíveis provas”. O senador tucano teria tido acesso aos
documentos nos últimos dias para preparar defesa a ser apresentada ao Supremo.
A suspeita sobre Aécio Neves foi levada à PGR pelo senador
cassado Delcídio do Amaral, delator da Operação Lava Jato. Ele afirma que Aécio
teria atrasado o envio de dados do Banco Rural à CPI para “apagar dados
bancários comprometedores” e evitar que a apuração sobre fraudes na instituição
levasse a nomes do PSDB.
Receio – Padre João disse que para ser justo o Judiciário e
o Ministério Público têm que levar adiante e apurar a fundo todas as denúncias
de irregularidade contra Aécio Neves. “O meu receio é de que tudo não passe de
um jogo de cena. Se por um lado temos o procurador pedindo a investigação, o
processo está nas mãos de Gilmar Mendes, que todos conhecem como o advogado dos
tucanos na Suprema Corte”, afirmou.
Na avaliação do deputado do PT mineiro, é preciso ficar
atento, acompanhar e cobrar as investigações. “Eu mesmo já fui mais de três
vezes à PGR denunciar as atitudes do senador tucano e vou continuar
acompanhando e cobrando que as instituições cumpram o seu papel”.
Furnas – O procurador-geral da República também mandou dar
seguimento ao inquérito que apura os supostos crimes cometidos pelo tucano em
Furnas. Segundo lista do lobista Nilton Monteiro, autenticada pela Polícia
Federal, Aécio Neves recebeu R$ 5,5 milhões. Na última semana Gilmar Mendes
questionou à PGR se era mesmo necessário dar seguimento às investigações. Janot
considerou “imperioso” investigar, uma vez que há novas provas sobre as
denúncias. Entre elas, os depoimentos de Delcídio do Amaral (sem-partido-MS),
nos quais Aécio foi citado como recebedor de “pagamentos ilícitos”, pagos pelo
ex-diretor de Furnas Dimas Toledo.
Segundo a Procuradoria, o pedido de inquérito teve como base
também informações prestadas pelo doleiro Alberto Youssef, um dos primeiros
delatores da Lava Jato. Youssef relatou que ouviu dizer que Aécio recebia
valores, por intermédio de sua irmã, da empresa Bauruense, contratada por
Furnas.
Com isso, serão executadas as diligências requeridas pela
Procuradoria-Geral da República, como o depoimento do senador em 90 dias.
Vânia Rodrigues,, com agências.
Foto: Divulgação.
Fonte: participardapolitica
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