LAVA JATO ADMITE NÃO TER INDÍCIOS PARA PRENDER LULA
Procuradores que atuam na Operação Lava Jato em Curitiba têm
convicção de que os casos contra o ex-presidente Lula não têm indícios
suficientes para justificar sua prisão; opinião tem se cristalizado a partir
das investigações já realizadas pela Polícia Federal e também da denúncia feita
contra Lula pelo Ministério Público de São Paulo; os procuradores admitem que
Lula não chegou a intimidar testemunhas ou mover dinheiro no exterior, nem
tentou eliminar provas, como ocorreu com outros réus da Lava Jato; principal
esperança seria a nomeação como ministro da Casa Civil como meio de
"proteção", mas o pilar da ação, o diálogo gravado entre Lula e
Dilma, foi invalidado pelo Supremo Tribunal Federal, o que fere mortalmente o
argumento de que Lula interferiu na Lava Jato
17 DE JUNHO DE 2016 ÀS 13:49
Paraná 247 - Procuradores da República que atuam na
Operação Lava Jato em Curitiba já estão convictos de que os episódios que
envolvem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não têm indícios suficientes
para justificar a sua prisão.
A opinião tem se firmado a partir das investigações já
realizadas pela Polícia Federal (PF) e também da denúncia feita contra Lula
pelo Ministério Público de São Paulo, informa nesta sexta-feira 17 o jornalista
Humberto Trezzi, colunista do jornal Zero Hora.
Os procuradores da República estão decididos a agir com
cautela. Primeiro porque não existem, no entender deles, indícios que
justifiquem a prisão do ex-presidente. Ele não chegou a intimidar testemunhas
ou mover dinheiro no exterior, nem tentou eliminar provas, como ocorreu com
outros réus da Lava Jato, ponderam.
Para os investigadores, o único caso contra Lula que poderia
justificar um pedido de prisão seria o da tentativa de nomeá-lo ministro, feita
pela presidente Dilma Rousseff antes de ser afastada do cargo. Mas o
principal indício de que a nomeação era "proteção" a Lula, um diálogo
telefônico entre ele e Dilma interceptado pela PF, foi invalidado pelo Supremo
Tribunal Federal (STF), o que fere mortalmente o argumento de que Lula interferiu
na Lava Jato e, mais ainda, o embasamento para um pedido de prendê-lo.
Em tese, o ex-presidente pode responder por corrupção
passiva (dois a 12 anos de prisão) e lavagem de dinheiro (três a 10 anos de
reclusão) nos casos do sítio em Atibaia (SP) e do triplex no Guarujá (SP).
Abundam indícios coletados pela PF no inquérito.
Nesta semana, Lula e sua família ingressaram na
Procuradoria-Geral da República com ação contra o juiz Sérgio Moro por abuso de
autoridade no caso da divulgação dos grampos (leia mais).
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