Sexta, 06 de Janeiro de 2017 - 10:40 Atualizado em 09/01/2017
Por Ailma Teixeira
Foto: Glauber Guerra / Bahia Notícias
O promotor de Justiça da cidade de Remanso, Rafael Rocha, é
acusado de adentrar o Hospital Pró-Matre, em Juazeiro, sacar uma arma e exigir
o prontuário de um paciente internado na unidade.
De acordo com a coordenadora
de Enfermagem do hospital, Cristine Coelho, o caso aconteceu pouco antes das
17h da tarde desta quinta-feira (5).
Acompanhado de outros dois rapazes, que
também se identificaram como funcionários da promotoria, Rocha se encaminhou ao
setor de Cristina, onde exigiu que ela lhe entregasse o documento médico.
Como
a divulgação de prontuários sem autorização da família ou ordem judicial é
proibida por lei, a coordenadora se negou a lhe entregar o documento. Ele,
então, sacou uma arma e ameaçou prendê-la.
“Ele primeiro queria saber algumas
coisas sobre a transferência de pacientes, eu informei, então ele tirou um
relatório e pediu informações sobre um determinado paciente. Eu fui buscar as
informações, voltei, falei que o paciente não tinha solicitação de
transferência, ele exigiu o prontuário e disse que eu seria presa se não
entregasse”,
relata a coordenadora em entrevista ao Bahia Notícias. Cristine
conta que toda a situação durou cerca de uma hora e meia com Rocha exaltado,
aos gritos e xingando-a.
Os dois rapazes que o acompanhavam não se envolveram
na discussão, mas um deles saiu para chamar a polícia, a mando do promotor. “Eu
fiquei na minha porque sabia que estava fazendo o certo, mas ele me pegou pelo
braço, ficou agitando, apontando a arma para mim”, ressalta a chefe do setor,
que já trabalha na unidade há seis anos.
Braço de Cristine após a agressão | Foto: Acervo Pessoal
Com o braço roxo devido aos fortes apertos que recebeu,
Cristine já realizou exame de corpo de delito e vai prestar queixa na Delegacia
da Mulher.
Ela conta ainda que quando a polícia chegou ao local para
escoltá-la, a agressão já havia ocorrido e eles nada fizeram a respeito.
Os
diretores do hospital também foram chamados a fim de apartar a confusão e após
mais discussões com o promotor, o hospital liberou um relatório de evolução
pessoal do paciente, o que fez com que Rocha deixasse o prédio.
“Eu quero
realmente saber que postura vai tomar o Ministério Público em relação a isso”,
ressalta Vitor Borges, diretor médico da unidade, acrescentando que o advogado
do Pró-Matre vai entrar com uma representação contra o promotor.
“Ele passou
por cima de tudo que há em termos de lei e civilidade. A condução dele conosco
e, sobretudo com a coordenadora de enfermagem, foi inadmissível”, completa.
O
Bahia Notícias tentou entrar em contato com o Ministério Público de Juazeiro,
mas, por conta do recesso nas atividades, não obteve resposta.
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