quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Oficial alemão sobre militares americanos na Europa: EUA inventam ameaças que não existem

Oficial alemão sobre militares americanos na Europa: EUA inventam ameaças que                     não existem
EUROPA 15:58 12.01.2017
Soldados norte-americanos durante exercícios em Grafenwoehr, sul da Alemanha, maio de 2016
© AFP 2016/ CHRISTOF STACHE

Os Estados Unidos estão deslocando uma brigada com milhares de efetivos para a Europa Oriental através da Alemanha. 

A Sputnik falou com um tenente-coronel aposentado perguntando se isso está de acordo com as leis alemãs. Jochen Scholz, tenente-coronel do Bundeswehr que serviu na OTAN, comentou para a Sputnik Alemanha a situação na Europa. 

Ele destaca que tudo decorre no âmbito do acordo bilateral entre os EUA e Polônia e não no âmbito da OTAN, por isso surgem questões da base jurídica do papel da Alemanha neste negócio.

De acordo com Scholz, a quantidade de efetivos e de material militar depende dos objetivos que os EUA têm, "não se pode fazer uma guerra com este número de militares", diz ele.

A situação atual faz lembrar o período da Guerra Fria, naquela época havia um plano que pressupunha, em caso de conflito, o envio de até 900 mil soldados americanos via aeroporto de Frankfurt. As bases europeias dos EUA eram uma espécie de trampolim, explica o ex-militar alemão. 

"Surge a questão: conforme qual base jurídica têm os EUA suas bases militares na Europa? Esta base é garantida pelo tratado da OTAN, mas tudo o que ultrapassa seus limites, inclusive a projeção de forças americanas para outras regiões, não tem nada a ver com o acordo sobre implementação de militares", disse Scholz. 

Se trata da maior implementação de tropas dos EUA desde a Segunda Guerra Mundial, entretanto nada indica uma situação grave, frisa o oficial alemão. 

Ele destaca quatro pontos

"Primeiro, a administração de Obama tenta dificultar a vida ao novo presidente. 

Segundo, eles tentam mostrar aos europeus o quanto a Rússia é perigosa e como ela ameaça os Países Bálticos. 

Terceiro, estas operações fazem as pessoas se acostumarem a que os gastos militares vão crescendo. 

E quando a Rússia reagir, aparecerá o quarto argumento: estão vendo, nós apenas protegemos os Países Bálticos e já os russos reagem e colocam suas forças ofensivas na região."






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