9/3/2017 10:36
Presidentes da Suécia e França defendem Lula contra Moro:
"sua condenação seria vergonha mundial"
Stefan Löfven (Suécia), François Hollande e Nicolas Sarkozy
(França) saem em defesa de Lula
Três ex-presidentes e dois atuais mandatários das repúblicas
de Brasil, França e Suécia servirão de testemunha de Defesa do ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva em processo movido contra ele no âmbito da Operação
Zelotes, na Justiça Federal de Brasília.
São eles: Fernando Henrique Cardoso,
Dilma Rousseff, Stefan Löfven (Suécia), François Hollande e Nicolas Sarkozy
(França).
A Defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva protocolou nesta
quarta-feira a resposta à acusação feita pelo Ministério Público Federal do DF
na 10ª Vara Federal Criminal de Brasília.
A peça acusatória, que contém
documentos em língua inglesa sem tradução e outros problemas de forma, é
baseada em uma mirabolante e inconsequente teoria sem provas que termina por
tentar condenar Lula por supostamente ter vendido uma influência no governo
Federal após sua saída do cargo, que os próprios procuradores afirmam que o
ex-presidente de fato não tinha, muito embora tentasse parecer que tinha.
É neste contexto que o MPF-DF acusa Lula de ter “vendido” a falsa ideia de que
teria como influenciar o governo Dilma Rousseff para que este comprasse 36
aviões-caça de uma empresa sueca, e não de uma empresa francesa que com ela
competia, dentro de um intrincado processo de compra de equipamentos militares
pelo Estado brasileiro, que vinha sendo negociado desde o governo Fernando
Henrique Cardoso (1995-2002) e cuja conclusão só se deu no governo Dilma, em
agosto de 2015.
Para tentar sustentar a exótica tese, os procuradores afirmam que o atual
primeiro-ministro da Suécia, Stefan Löfven, teria tentado marcar uma reunião
com o ex-presidente Lula no final de 2013, e que esta reunião seria para que
Lula usasse de sua influência no governo Dilma para convencê-la a comprar os
caças suecos.
Os procuradores alegam ainda que o mandatário sueco (que, à
época, ainda não era primeiro-ministro daquele país), teria escrito uma carta a
Lula pedindo que este fizesse este favor.
Isso é o que alega o MPF-DF, mas não apresenta nenhuma prova - nenhuma! - de
que a tal carta chegou a Lula, muito menos a de que o ex-presidente teria
intercedido junto ao governo federal para que a compra se efetivasse.
Até
porque, nos oito anos em que presidiu o país, Lula poderia ele mesmo ter
coordenado esta compra, além de ter defendido, publicamente, a compra dos caças
franceses Rafale.
Assim, para que não pairem dúvidas da mirabolância da tese dos procuradores, o
primeiro-ministro sueco foi chamado pela defesa de Lula a depor e esclarecer os
fatos.
No mesmo contexto, encaixam-se os pedidos para que deponham Dilma Rousseff e
Fernando Henrique Cardoso: para que possam explicar como funciona uma compra
militar internacional deste porte, como a decisão final de se adquirir os caças
suecos se concretizou e pela análise de quantas pessoas passa uma aquisição
dessa envergadura.
Um exemplo é o alto comando da FAB (Força Aérea Brasileira),
que, desde 2010, assentou entendimento de que os aviões suecos eram os que
melhor serviriam ao Brasil.
Por fim, o ex-presidente e o atual mandatário francês foram chamados ao
processo para que possam contar aos procuradores e ao juizado brasileiro como
se deram as negociações entre os dois países, quais foram os pontos que
tornaram a negociação mais difícil e todas as circunstâncias que fizeram com
que o negócio entre as duas nações não se concretizasse.
Conforme está explicado na resposta à acusação protocolada pelos advogados de
Lula, “o processo de aquisição dos caças Gripen NG foi permeado de profunda
transparência, debate público, apuro técnico e atenção às questões
econômico-financeiras e à situação fiscal do País.”
“A complexidade de fatores envolvidos não permite que justificativas singelas
elaboradas pela acusação expliquem
o processo decisório.
Assim, é pouco
relevante a contribuição do Parquet (Ministério Público) ao emitir opiniões
rasas sobre temas que fogem de sua alçada, como ao afirmar que “o fator
determinante na opção da ex-presidente [Dilma Rousseff] parece mesmo ter sido a
crise dela com o então presidente americano, Barack Obama, a partir de
documentos vazados pro Edward Snowden”.
Fonte: conversa afiada
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