Sob ameaça do Anonymous, governo não limita banda
larga
Kassab anuncia fim do acesso ilimitado em 2017, mas recua
após repercussões negativas
PUBLICADO EM 14/01/17 - 03h00
Anonymous cumpre ameaça e divulga dados de Kassab
JULIANA GONTIJO
Depois da repercussão nada positiva, inclusive com ameaças
do grupo ativista Anonymous que declarou guerra às autoridades do setor, o
ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab,
tentou acalmar os ânimos e em nota disse que não haverá mudanças no modelo de
banda larga fixa.
Antes, ele tinha dito que esse tipo de acesso poderia ter
limite de franquia ainda este ano.
Segundo Kassab, o governo federal deverá adotar a partir do
segundo semestre uma regulamentação que permitirá que as operadoras de banda
larga fixa vendam pacotes com limites de dados ao serviço.
A possibilidade
desagradou entidades de defesa do consumidor e também o Anonymous, grupo de
ativistas hackers.
Para o pesquisador em telecomunicações do Instituto
Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Rafael Zanatta, a implementação do
sistema de franquias na internet fixa iria prejudicar o acesso, em especial,
dos mais pobres.
“A internet não é só lazer, ajuda as pessoas a ter
conhecimento de diversas formas, uma delas é o ensino a distância com os cursos
online. As pessoas podem buscar informações, fazer pesquisa de preço,
declaração de imposto de renda, entre outros usos”, observa.
Ele afirma que o
acesso à rede mundial de computadores não deve ser encarado como um serviço
qualquer. “Pelo Marco Civil da Internet é um serviço essencial à cidadania”,
frisa.
O tema está em fase de consulta pública, aberta a contribuições
até 30 de abril.
O presidente da Agência Nacional de Telecomunicações
(Anatel), Juarez Quadros, afirmou nessa sexta-feira (13), que não tem planos de
retomar as discussões sobre a adoção de franquia em planos de banda larga fixa.
“Não queremos tocar neste assunto tão cedo”, disse.
Ele frisou que a agência não tem a intenção de autorizar a
franquia da banda larga em curto ou médio prazo. Quadros disse que o tema
continua em análise na agência reguladora, embora não haja prazo para conclusão
do estudo.
“A Anatel não pode deixar de analisar o assunto”, disse. Para ele, o
tema está relacionado à prestação e à fiscalização do serviço de banda larga
fixa.
No fim da tarde dessa sexta-feira (13), o grupo Anonymous
cumpriu a promessa de atormentar as autoridades brasileiras e publicou dados pessoais
e sigilosos de Gilberto Kassab e o banco de dados Anatel.
“Esse vazamento é uma
pequena demonstração do que somos capazes de fazer”, disse o grupo nas redes
sociais.
CLÁUSULAS
Idec notificará empresas da proibição
Por decisão da Agência Nacional de Telecomunicações
(Anatel), a adoção de franquias na banda larga fixa está proibida até que seja
concluído o processo de discussão do tema, segundo o pesquisador em
telecomunicações do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Rafael
Zanatta.
“Assim, nós vamos notificar, na próxima semana, as três principais
empresas do setor sobre essa proibição”, diz.
De acordo com ele, Oi, Claro/Net e Telefônica/Vivo, devem
retirar dos contratos qualquer tipo de limitação de uso da internet. “São
cláusulas nulas”, diz.
O presidente da Agência Nacional de Telecomunicações
(Anatel), Juarez Quadros, frisou nessa sexta-feira (13) que a cautelar que
proíbe as operadoras de limitar a quantidade de dados enviados e recebidos
pelos usuários continua a valer.
A coordenadora institucional da Proteste - Associação
Brasileira de Defesa do Consumidor, Maria Inês Dolci, frisa que o corte da
internet pelas empresas prestadoras do serviço só pode acontecer mediante a
falta de pagamento do consumidor. (JG com agências)
Fonte : http://www.otempo.com.br/
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