terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Tremor de magnitude de 4.7 assusta Vargem Grande, no Maranhão

Edição do dia 03/01/2017
03/01/2017 21h49 - Atualizado em 03/01/2017 21h49
Tremor de magnitude de 4.7 assusta Vargem Grande, no Maranhão
Foi o maior tremor no Brasil nos últimos seis anos. Em Teresina, abalo foi sentido em várias partes da cidade.

Um terremoto atingiu nesta terça-feira (3) partes dos estados do Maranhão e do Piauí. O tremor, o mais forte registrado no Brasil nos últimos seis anos, não causou danos, mas deixou a população assustada.
A tranquila Vargem Grande, no Norte do Maranhão, tremeu nesta terça-feira (3) cedo. Foi a 30 quilômetros da cidade o epicentro do terremoto de 4.7 na escala Richter.

Um pouco menor do que o tremor de 5.2 registrado em Mara Rosa, Goiás, em 2010.

A maioria dos 50 mil habitantes de Vargem Grande sentiu o terremoto, mas muitos nem imaginaram o que estava acontecendo.
O tremor foi sentido com mais força nas cidades do Norte e Leste do Maranhão. Em São Luís, a 80 quilômetros em linha reta do epicentro.
"Eu estava trabalhando, aí, de repente, a cadeira começou a mexer comigo. Aí eu pensei que estava ficando tonta. Quando eu olhei para o lado a impressora começou a balançar", conta uma jovem.

O terremoto foi sentido principalmente nos prédios.

"Balançou tudo mesmo. As cadeiras balançaram, o extintor ficou batendo na parede", confirmou a mulher.

Vários prédios foram esvaziados na área comercial de São Luís. Em um prédio, as pessoas foram todas para o saguão assustadas.

"Ficamos assustados. Melhor descer do que correr o risco. Vai que um prédio desses cai. Melhor está aqui embaixo", disse o rapaz.

No prédio do Tribunal de Contas do Estado, em que parte da estrutura é de ferro, a trepidação foi ainda maior. Os bombeiros e a Defesa Civil foram chamados.

"É uma estrutura metálica e, numa estrutura metálica, a vibração é bem maior", explicou o engenheiro da Defesa Civil Clóvis Silva.
No centro da cidade, também havia muita gente que deixou o local de trabalho assustada.

"A pessoa que está sentada, aí sai tudo tremendo sem saber da onde vem. Um prédio desse antigo, todo mundo saiu correndo"”, contou a funcionária pública Maria Angélica Carvalho.
No Piauí

Em Teresina, o tremor foi sentido em várias partes da cidade. Moradores de um prédio deixaram os apartamentos assustados.

"A gente não sabe o que fazer, essa é que é a realidade", disse o morador Belford Filho.

Um vídeo mostra algumas pessoas saindo do trabalho pouco depois do tremor. Até o prédio da Defesa Civil foi esvaziado. Muita gente ficou no meio da rua procurando entender o que estava acontecendo.

"A gente saiu correndo porque ficou com medo do prédio antigo, a gente ficou com medo de o prédio cair", diz o homem.

Por causa do tremor, os servidores públicos estaduais foram liberados do trabalho e muitas repartições públicas ficaram fechadas. O governo do estado recomendou que os prédios mais antigos e mais altos fiquem desocupados temporariamente até que eles passem por uma vistoria do Corpo de Bombeiros.

“A recomendação foi justamente de identificar possíveis danos e a possibilidade justamente de utilização da continuidade desses prédios”, disse o major José Veloso.

Os tremores considerados grandes, com magnitude acima de seis pontos na escala Richter, como os que ocorrem nos países andinos são gerados nas bordas das placas tectônicas, onde existe o acúmulo maior de energia e a liberação mais rápida dela.

No Brasil, os terremotos são de intensidade menor porque o país está bem no meio da placa tectônica sul-americana. A acumulação da energia sísmica é mais lenta e as falhas onde elas são liberadas são menores.

A Rede Sismográfica Brasileira registrou seis réplicas do tremor principal de na manhã desta terça.

“O que acontece posteriormente nos dias seguintes são alguns terremotos que a gente chama de réplica com magnitude geralmente menores. 

Muitas vezes até imperceptíveis, que a gente só consegue registrar é com as nossas estações”, explicou Marcelo Peres Rocha, professor do Observatório Sismológico da UnB.



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