ESCRITO POR ALEXANDRE CEGALLA | 12 OUTUBRO atualizado em
15/10/ 2016
ARTIGOS – GLOBALISMO http://www.midiasemmascara.org/home.html
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A Rússia vem desenvolvendo uma arma ultra-sofisticada que
pode destruir a rede
elétrica dos Estados Unidos e condenar à morte milhões de
pessoas.
E pior: aliados de Vladimir Putin também já possuem ou estão em vias de obter
tal arma, o que pode mudar o equilíbrio de forças a favor de nações inimigas da
democracia.
Imagine uma arma secreta que emitisse raios gama capazes de
danificar a rede elétrica de um país inteiro, inutilizar aviões, armas, bombas
atômicas e submarinos; e destruir satélites, componentes eletrônicos e
computadores, interrompendo todo o sistema de comunicações. Imagine ainda que
essa arma, ao ser detonada, fizesse parar de funcionar aeronaves e mísseis em
pleno voo, ou mesmo destruir todo o arsenal nuclear inimigo. Pode parecer coisa
de vilão de história em quadrinhos ou de filmes de 007, mas não é. É algo muito
próximo de se tornar realidade e que vem sendo desenvolvido pela Rússia há mais
de 50 anos. Há suspeitas de que a China e a Coréia do Norte também já possuam
tecnologia para construir essa superarma. Ela se chama EMP: Electromagnetic
Pulse (Pulso Eletromagnético).
Mas em que consiste exatamente o EMP? Conforme explica o
analista militar e escritor Jeffrey
Nyquist, é uma ogiva nuclear detonada em elevada altitude - entre 30 e 200
quilômetros de altura -, onde o campo magnético da Terra é mais forte. O
impacto da explosão não atingiria a superfície do planeta, mas geraria um pulso
eletromagnético com um raio de milhares de quilômetros, e capaz de penetrar em
equipamentos eletrônicos e na rede elétrica, causando um pico de energia
gigantesco que literalmente “fritaria” os circuitos. Quanto maior a altitude da
explosão, maior o raio de ação. Dessa forma, o país atingido deixaria de
funcionar, ao ter a sua rede de energia seriamente afetada, e voltaria ao
século XIX, com consequências catastróficas. Segundo Nyquist, os Estados Unidos
deixaram de desenvolver sua própria versão da bomba de pulso eletromagnético, e
estão vulneráveis a um possível ataque conduzido por seus inimigos. Hoje em
dia, já se sabe que a Rússia mantém o mais avançado arsenal nuclear do mundo, e
que também possui superioridade nuclear no campo de batalha europeu, segundo
relatou Nyquist em
artigo traduzido para o Mídia Sem Máscara, em março de 2015. E não somente
a Rússia, mas a China também está em vias de superar tecnologicamente os EUA no
arsenal nuclear.
Após o teste nuclear conduzido pela Coréia do Norte no
começo de setembro – o segundo realizado em 2016 e o mais poderoso até agora,
com potência de 10 quilotons (http://edition.cnn.com/2016/09/11/asia/south-korea-north-korea/)
as autoridades da Coréia do Sul já se preparam para um eventual conflito
militar envolvendo armas atômicas contra seu vizinho. Desde 2009, o exército
norte-coreano já realizou cinco testes nucleares, e analistas internacionais
temem que, em breve, o país seja capaz de implantar ogivas nucleares em seus
mísseis de longo alcance. Segundo o analista de segurança nacional americano
Peter Vincent Pry, é possível que a Coréia do Norte já tenha feito testes
nucleares envolvendo o EMP. Em um deles, realizado em maio de 2009, a emissão
em altos níveis de raio gama, combinada com uma explosão relativamente pequena
de 3 quilotons (http://www.financialsense.com/contributors/jr-nyquist/emp-and-the-shield-act)
podem ser uma indicação de que o regime ditatorial de Pyongyang estivesse
fazendo experimentos com o pulso eletromagnético, utilizando tecnologia
recebida da Rússia.
Peter Vincent Pry também é diretor da EMP Task Force,
comissão que atua no congresso americano, e afirma que um ataque de pulso
eletromagnético (http://www.vice.com/read/we-asked-a-military-expert-how-scared-the-us-should-be-of-an-emp-attack-508)
reduziria drasticamente o acesso da população dos EUA a alimentos, uma vez que
um corte no fornecimento de energia prejudicaria toda a infra-estrutura de
fornecimento, deixando a populança sem comida. “Nove entre cada dez
norte-americanos morreriam de fome”, afirma. Por sua vez, o site Secrets of Survival enumera
uma curiosa lista de lugares a serem evitados no caso de um ataque de EMP e dá
dicas de sobrevivência. Apesar dos alertas parecerem exagerados à primeira
vista (desde elevadores até hospitais devem ser evitados, e as pessoas devem
recorrer a bicicletas para meio de transporte), o site apresenta argumentos
bastante convincentes e dá uma boa idéia do caos que reinaria em tal
situação.
Em abril do ano passado, o exército dos EUA começou a
armazenar equipamentos em bunkers para protegê-los de um possível ataque. Um
desses abrigos, localizado sob a montanha Cheyenne, no Colorado, e que data dos
tempos da Guerra Fria, estava desativado até recentemente, mas voltou a operar,
ao receber aparelhos de comunicação do Comando do Espaço Aéreo Norte-Americano
(NORAD). Nos últimos anos, dois projetos de lei regulamentando a criação de um
sistema de proteção da infra-estrutura da rede elétrica norte-americana contra
danos letais chegaram a tramitar no congresso daquele país, mas não obtiveram
aprovação. O mais recente deles, conhecido como Shield Act, conseguiu passar na
Câmara dos Deputados, mas acabou barrado no Senado. Pelo menos nisso o governo
de Barack Obama resolveu agir e está investindo 1 bilhão de dólares para tornar
o NORAD mais resistente a um ataque nuclear envolvendo o pulso eletromagnético.
Mas será que essas medidas são suficientes? O quão protegida estaria a
população dos EUA - e a dos demais países do Ocidente -, na eventualidade de um
ataque de EMP?
Além da Rússia, da China e da Coréia do Norte, o Irã pode
estar próximo de fabricar sua primeira bomba atômica. Mesmo assim há, entre os conselheiros
de Obama, quem demonstre total ignorância do problema, como é o caso de
Peter W. Singer, consultor de Estado-Maior do presidente norte-americano. Em
uma entrevista, em abril de 2016, Singer
classificou como "piada” a hipótese de um ataque de EMP. Enquanto
muitos dentro do Congresso americano e da administração Obama consideram
fantasiosa e exagerada essa ameaça, as nações inimigas da democracia vem
desenvolvendo armas cada vez mais sofisticadas e letais, o que poderá em breve
causar um desequilíbrio de forças que pode ser decisivo para o Ocidente.
Alexandre Cegalla é jornalista.
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