16/10/2016 08h05 - Atualizado em 16/10/2016 14h23
Temer diz em evento dos Brics que economia do país está se
recuperando
Na Índia, presidente participou de encontro de cúpula do
grupo.Ele enfatizou aos demais líderes medidas de ajuste fiscal no Brasil.
Do G1, em Brasília
Temer, ao lado de Vladimir Putin, da Rússia, participou de
reunião
dos chefes de estado dos Brics (Foto: Isac Nóbrega/PR)
dos chefes de estado dos Brics (Foto: Isac Nóbrega/PR)
O presidente Michel Temer fez discursos neste domingo (16)
em eventos do Brics (grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do
Sul) nos quais buscou enfatizar que a economia brasileira está se recuperando e
que o país adotou medidas de responsabilidade fiscal para conter o rombo nas
contas públicas. Aos chefes de estado dos demais países do grupo, o presidente
afirmou que o Brasil começa a "entrar nos trilhos".
As falas do presidente ocorreram em reuniões que fazem parte
do encontro
de cúpula dos Brics, realizado neste fim de semana na cidade de Goa, na
Índia. No primeiro evento do dia, uma reunião privada com os chefes de estado
da China, Rússia, Índia e África do Sul, o presidente ressaltou medidas de seu
governo para retomada do crescimento e a melhora em alguns indicadores
econômicos.
"Já começamos a colher os frutos. O Brasil começa a
entrar nos trilhos. As previsões para a economia brasileira em 2017 já
melhoraram. O Fundo Monetário Internacional estima o fim da recessão e a volta
do crescimento do PIB brasileiro no próximo ano. A inflação tem cedido e, em
setembro passado, tivemos o menor índice para o mês desde 1998. Já é possível
verificar positiva reversão de expectativas, com decidida elevação nos níveis
de confiança dos agentes econômicos", afirmou Temer.
Mais tarde, em eventos com os mesmos chefes de estados e com
empresários que formam o Conselho Empresarial dos Brics, Temer voltou a defender
a ideia de recuperação da economia brasileira e convidou os executivos a
investirem no país.
"Com as primeiras medidas adotadas, posso assegurar,
que já podemos constatar sinais da volta de confiança. A inflação, que sabemos
todos, dá sinais de desaceleração. Os índices de confiança da indústria e do
consumidor registram altas.Convido, portanto, as empresas dos países do BRICS a
investirem no Brasil", disse o presidente.
Nos dois eventos do dia, Temer citou o programa de parcerias
com a iniciativa privada lançado pelo governo, que contempla obras na área de
infraestrutura, como portos e rodovias.
"Estamos empenhados em melhorar o ambiente de negócios.
Vamos desburocratizar processos, reduzir custos de operação e zelar pela
previsibilidade e pela segurança jurídica. Lançamos já, o Programa de Parcerias
de Investimentos fundado em regras estáveis. São 34 projetos iniciais nas áreas
de portos, aeroportos, rodovias, ferrovias, energia, óleo e gás. As agências
reguladoras voltarão a ter papel efetivo de supervisão", afirmou o
presidente para os chefes de estado e empresários.
Os presidentes do Brasil, Michel Temer; da Rússia, Vladimir
Putin,
o primeiro-ministro indiano Narendra Modi, e os presidentes da China,
Xi Jinping; e da África do Sul, Jacob Zuma, em foto oficial da Cúpula
dos BRICS em Goa, na Índia (Foto: AFP Ohoto)
o primeiro-ministro indiano Narendra Modi, e os presidentes da China,
Xi Jinping; e da África do Sul, Jacob Zuma, em foto oficial da Cúpula
dos BRICS em Goa, na Índia (Foto: AFP Ohoto)
Ajuste
Temer ainda enfatizou em seus discursos a intenção do governo de sanear o
rombos nas contas públicas por meio de medidas de ajuste fiscal, como a PEC do
teto dos gastos e a reforma da Previdência. A expressão "responsabilidade
fiscal" foi repetida algumas vezes pelo presidente.
"Responsabilidade fiscal é, para nós, um dever maior e
tarefa urgente. É dever maior porque, sem ela, põem-se em risco os avanços
sociais do Brasil. É tarefa urgente porque o desarranjo das contas públicas é a
causa-mor da crise que enfrentamos", afirmou Temer.
Parceria com asiáticos
No final do dia no horário local da Índia (9 horas à frente do horário de
Brasília) Temer participou de um encontro de cúpula ampliada, entre os Brics e
chefes de estado do BIMSTEC, grupo que reúne Bangladesh, Butão, Índia, Myanmar,
Nepal, Sri Lanka e Tailândia.
No último discurso do dia, o presidente ressaltou a intenção
do Brasil em aumentar as relações comerciais com os países asiáticos.
"A Ásia é região de abundante e preciosos recursos
humanos e culturais. É a área de maior dinamismo econômico do Planeta.Sobretudo
em período no qual nos concentramos na retomada do crescimento, desejamos
intensificar relações com nossos amigos asiáticos e, certamente, com cada um
dos países aqui reunidos", disse Temer.
Ele defendeu maior integração entre os países e a intensificação
do comércio. Para Temer, o protecionismo e a criação de barreiras não são
eficiente para lidar com os desafios que o mundo hoje enfrenta.
"Como tenho dito, o sistema internacional experimenta
um déficit de ordem. Conflitos prolongam-se. O terrorismo continua a ceifar
vidas mundo afora, com brutalidade desconcertante. Os crimes transnacionais
geram níveis de violência inaceitáveis. Pressões sociais alimentam a tentação
do isolacionismo – como se crescimento e empregos dependessem de menos, e não
mais, intercâmbio entre os povos", afirmou o presidente.
"O
sistema internacional simplesmente não se mostra equipado para lidar com esses
imensos desafios", completou.
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