21/10/2016 16h43 - Atualizado em 21/10/2016 16h43
Após Mossul, próximo alvo é Raqqa, capital do Estado
Islâmico na Síria
Cidade é a principal do grupo terrorista no país em guerra.
Extremistas já estão fugindo para lá após ofensiva anti-EI em Mossul.
Extremistas já estão fugindo para lá após ofensiva anti-EI em Mossul.
Da France Presse
As forças do 'Estado Islâmico' tomaram Raqqa em janeiro do
ano passado (Foto: AP Photo/Militant Website, File )
Depois de Mossul (Iraque), o próximo alvo da coalizão
internacional anti-extremista liderada pelos Estados Unidos é a cidade síria de
Raqqa, a primeira cidade em importância que o grupo Estado Islâmico (EI)
conquistou.
O presidente francês, François Hollande, advertiu que os
extremistas do EI já estão fugindo para Raqqa diante do avanço das tropas
iraquianas e das milícias curdas sobre Mossul.
"Não podemos nos permitir cometer erros ao perseguir os
terroristas que estão fugindo de Mossul para Raqqa", disse, destacando que
a cidade síria é o próximo alvo.
Nesta sexta-feira (21), o secretário de Estado adjunto
americano Antony Blinken disse que a coalizão internacional contra o EI deve
agora visar Raqqa. "Precisamos fazer as duas coisas, Mossul no Iraque e
Raqqa na Síria", disse Blinken à emissora de rádio RTL de Paris.
"Desta cidade, o Daesh planeja os ataques externos.
Raqqa é a verdadeira capital", afirmou Blinken.
Localizada em uma margem do rio Eufrates, perto da fronteira
com a Turquia, Raqqa tem cerca de 200 mil habitantes e, em março de 2013,
tornou-se a primeira capital de província síria a cair nas mãos dos rebeldes.
Na época, foi a Frente Al Nusra, braço da Al Qaeda no país,
que conseguiu arrebatar seu controle do regime de Bashar al Assad, mas depois
desavenças internas entre os extremistas levaram a uma cisão da qual surgiu o
Estado Islâmico.
Os combatentes começaram a impor à população um código de
vestimenta islâmica e lançaram ataques contra as igrejas, dando início a um
reinado do terror no qual se multiplicaram os sequestros e as decapitações.
As piores atrocidades
Em 6 de janeiro de 2014, combatentes do EI declararam guerra total contra seus
antigos aliados da Frente al Nusra e tomaram o controle de toda a cidade.
Cinco meses depois, Mossul caiu nas mãos dos extremistas e
em 29 de junho o líder do EI, Abu Bakr al Bagdadi, proclamou o nascimento de um
"califado" entre Iraque e Síria.
Raqqa continuou sendo o cenário das piores atrocidades, como
o apedrejamento de uma mulher acusada de adultério, as crucificações ou o
lançamento de homossexuais de um terraço.
Em fevereiro de 2015, o grupo publicou um vídeo em que
aparecia um soldado jordaniano da coalizão que luta contra o EI queimado vivo
pelos extremistas na província de Raqqa.
Segundo sua rígida interpretação do código islâmico, os
extremistas impuseram na cidade a proibição do álcool e de cigarros, forçaram
os homens a deixar crescer a barba e as mulheres a usar niqab (véu integral) em
público.
O comércio também está regulado e só se permite a casais
casados fazer compras juntos. A roupa à venda não pode ser muito justa,
transparente ou muito adornada.
Na praça central, há comércio de escravas sexuais, muitas
delas prisioneiras da minoria yázidi, e ali os opositores são torturados.
A cidade fica a 550 km de Damasco e para lá peregrinam os
jihadistas estrangeiros que querem se unir ao grupo. Na província, o grupo pode
explorar desde agosto de 2014 os cultivos de trigo e algodão, além de gerar
renda com os campos de petróleo.
Desde o início dos bombardeios da coalizão internacional
liderada pelos Estados Unidos, em setembro de 2014, o grupo perdeu terreno na
fronteira com a Turquia. No entanto, até agora conseguiu manter o controle de
Raqqa.
FONTE: http://g1.globo.com/
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