Lava Jato: menção a filho em pedido do MPF preocupa Cunha
Luiz Felipe Castro14 horas atrás 23/10/2016
© image/jpeg Felipe Dytz da Cunha, filho do ex-deputado
Eduardo Cunha
Preso há dois dias na carceragem da Polícia Federal em
Curitiba, o deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) demonstrou preocupação com
o recente envolvimento do nome de seu filho, Felipe Dytz da Cunha, no processo
do qual é alvo. Felipe é o único homem entre os quatro filhos do peemedebista.
Ao pedir a prisão do ex-presidente da Câmara, a força-tarefa
da Operação Lava Jato apontou que empresas ligadas ao empresário Henrique
Constantino, um dos herdeiros da Gol Linhas Aéreas, teriam pago propinas ao
peemedebista por meio de transferências à empresa Jesus.com – de Cunha e da
jornalista Cláudia Cruz, sua mulher – e à GDAV, de Felipe e Danielle Dytz da
Cunha, filha mais velha do ex-deputado.
Ao todo, foram identificados aportes para a Jesus.com que
somam 3,5 milhões de reais (em 2012) e 1 milhão de reais para a GDAV (em 2015).
A Procuradoria apura se as empresas de transporte de Constantino teriam pago
valores ilícitos para se beneficiar de medidas de Cunha na Câmara.
Em nota, a Gol disse estar colaborando e que abriu uma
apuração interna. Segundo fontes, Cunha se desesperou ao ser informado que o
embasamento do pedido de prisão mencionava Felipe, o “xodó” do ex-deputado.
Felipe, Danielle e Camila são filhos do primeiro casamento
de Cunha. Bárbara é a quarta filha do peemedebista, fruto da união com Cláudia
Cruz. A jornalista também é mãe de Gabriela Amorim, tratada como filha por
Cunha.
Delação – Na Câmara, parlamentares acreditam que a
prisão da mulher ou dos filhos de Cunha poderia acelerar a negociação para uma
delação premiada. No entanto, fontes próximas ao peemedebista concluem que a
decisão de colaborar com as investigações já foi tomada, uma vez que Cunha
contratou o advogado Marlus Arns, que atuou em acordos de delação premiada de
empresários alvo da Lava Jato.
Na manhã de ontem, Cláudia visitou o marido pela primeira vez na prisão. Acompanhada
de um advogado, a jornalista não deu declarações. As visitas aos presos
geralmente ocorrem às quartas-feiras, mas os advogados de Cunha fizeram um
apelo junto à Superintendência da PF em Curitiba para permitir o encontro fora
da programação.
(com Estadão Conteúdo)
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