Rússia e China se juntam para responder ao sistema de defesa
antimíssil dos EUA
RÚSSIA 14:06 12.10.2016
RÚSSIA 14:06 12.10.2016
Rússia e China vão criar escudo conjunto contra o sistema de
defesa antimíssil dos EUA na Coreia do Sul, que ameaça a segurança dos dois
países
A cooperação nesta área foi anunciada pelos altos
representantes da Rússia e China durante o 7° Fórum
Xiangshan sobre segurança, em Pequim.
O jornal chinês, South China Morning Post, escreveu que os generais russos e
chineses aproveitaram o fórum para denunciar os planos dos EUA de instalar os
sistemas THAAD no território sul-coreano, o que, segundo eles, poderá causar
mais uma corrida armamentista na Ásia.
© FLICKR.COM/ U.S. MISSILE DEFENSE AGENCY
China: 'EUA pagarão o preço' por instalar sistemas
de defesa antimíssil na
Coreia
Durante o fórum, Moscou e Pequim anunciaram a realização dos seus segundos
exercícios militares conjuntos na área da defesa antimíssil que acontecerão em
2017. As manobras serão uma resposta às tentativas de Washington de alterar o
equilíbrio das forças.
Em maio deste ano, os dois países realizaram as primeiras manobras
militares de defesa antimíssil Aerospace Security-2016. Segundo o vice-chefe da
direção do Estado-Maior Conjunto da China, major-general Coi Jun, os exercícios
permitiram atingir um nível potencialmente novo de interação, demonstrando a
prontidão da Rússia e da China de manter a segurança e estabilidade regionais.
Além disso, a China compartilha da mesma posição que a Rússia sobre o sistema
de defesa antimíssil norte-americano na Europa, que, segundo Coi Jun, ameaça a
segurança da Rússia.
© FLICKR.COM/ MARK HOLLOWAY
EUA não renunciam a seus planos: instalação de
THAAD não é negociável
Por sua vez, o vice-ministro da Defesa russo, Anatoly Antonov, acredita que
"as tentativas dos países terceiros de prejudicar as relações
russo-chinesas não trarão resultado algum".
Konstantin Sivkov, vice-presidente da Academia de Problemas Geopolíticos e
especialista em questões militares, não descarta a possibilidade de que no
futuro a Rússia e a China possam criar um bloco militar conjunto.
"A Rússia e a China tomarão medidas conjuntas para resistir à defesa
antimíssil dos EUA e para criar sistemas capazes de ultrapassá-la com mísseis
balísticos intercontinentais mais avançados", explica Sivkov.
Além disso, Rússia e China estão intensificando cooperação no que diz respeito
à questão síria e em resposta conjunta aos desafios globais que ameaçam a
segurança dos dois países. O que une a Rússia e a China é a visão comum das
duas nações do mundo multipolar, destaca Sivkov. Na opinião de Andrey Volodin,
especialista da Academia Diplomática do MRE russo, os dois países exercem
influência no equilíbrio global das forças.
© AFP 2016/ JUNG YEON-JE
Instalação de THAAD viola direitos humanos
constitucionais
Ao mesmo tempo, vários analistas acreditam que recentemente as políticas
da Rússia – sobre a questão síria, e da China – relacionadas ao mar do Sul da
China, têm se tornado mais rígidas. Andrey Volodin pensa diferente. Segundo
ele, a Rússia demostra "uma combinação de firmeza e prontidão na hora de
chegar a acordos".
"A Rússia e a China provam que estão prontos para defender seus interesses
em conjunto, caso seja necessário", ressalta.
Shi Ze, especialista do Instituto Chinês de Pesquisas Internacionais, afirma
que é importante que "a China e a Rússia desenvolvam cooperação para
defender a segurança regional e a ordem regional de forma justa",
ressaltando que "o problema sírio poderá ser solucionado apenas por meios
pacíficos e políticos, pois o uso constante da força não contribui para a saída
da crise".
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