Atos a favor de Lula põem exército 'em alerta'
Líder do MST diz que campanha se transformará em
'luta de
classes'
Julgamento de Lula será no próximo dia 24 Ricardo
Stuckert/Instituto
Lula - 23.10.2017
O líder do MST (Movimento dos Sem Terra), João Pedro
Stédile, anunciou na sexta-feira (5), por meio de um vídeo, que a Frente Brasil
Popular pretende realizar atos em defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva durante ojulgamento
do petista pelo TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região), no dia
24, em Porto Alegre.
O tom da mensagem de Stédile "acendeu a luz de
alerta" dos serviços de inteligência das
As instituições acompanham as atividades de movimentos como
o MST e de seus líderes, como Stédile, "dentro da agenda de trabalho de
rotina em todo o País", conforme disse ontem ao jornal O Estado de S.
Paulo um oficial da área de inteligência.
O alto comando das Forças recebe
regularmente relatórios sobre ações dos grupos mais ativos.
Na convocação feita ontem no vídeo, Stédile também afirmou
que o MST e outros 87 grupos e partidos que integram a Frente Brasil Popular
preparam, a partir de março, uma série de mobilizações em defesa do
ex-presidente que vai culminar em ato para 100 mil pessoas no Maracanã, em
julho.
A partir de então, segundo Stédile, os movimentos vão transformar a
campanha eleitoral em uma
"luta de classes".
Além de atos no TRF-4, no dia do julgamento que pode tornar
Lula inelegível, Stédile anunciou manifestações diante de fóruns de cidades
menores, "sobretudo da Justiça Federal nas capitais para demonstrar nossa
indignação".
"Nosso foco não é apenas Porto Alegre", disse João
Paulo Rodrigues, companheiro de Stédile na coordenação nacional do MST.
O tom do discurso das organizações de esquerda tem
endurecido nos últimos dois anos, desde que foi desencadeado o processo de
impeachment da presidente cassada Dilma Rousseff, avalia o militar, que, no
entanto, não reconhece a existência de "um exército do MST".
A preocupação é de que as manifestações possam evoluir para
o confronto direto — e violento — com a polícia e, "pior, para a pressão
além do limite sobre o Judiciário, sobre os magistrados principalmente".
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Outro motivo de apreensão é o choque entre organizações
divergentes — como o MBL (Movimento Brasil Livre), apoiadores do deputado Jair
Bolsonaro e os quadros do MST, no campo, ou do MTST (Movimento dos Trabalhadores
Sem Teto), nas cidades.
O MBL se mobiliza para protestos contra Lula no dia do
julgamento.
No vídeo divulgado na sexta, Stédile diz que a ideia é
realizar, a partir de março, etapas do processo que ele chamou de
"congresso do povo" em todos os municípios brasileiros.
Em seguida,
as propostas seriam levadas a encontros estaduais.
"E, finalmente, depois
da Copa do Mundo, lá pelo fim de julho, faremos o congresso do povo nacional em
pleno Maracanã para juntar 100 mil, 120 mil militantes", disse Stédile.
"Resposta"
A partir do segundo semestre, conforme o líder sem-terra, o
foco dos movimentos passa a ser "abraçar a candidatura de Lula que
representa a simbologia da classe trabalhadora".
"Teremos um 2018
cheio de mobilizações, de muita disputa política em que a própria campanha
eleitoral se transformará em uma verdadeira luta de classes", disse
Stédile.
De acordo com Rodrigues, as mobilizações devem sempre ter
caráter pacífico.
"Sempre procuramos minimizar qualquer tipo de conflito,
até porque quem paga é o trabalhador", afirmou.
O objetivo, segundo ele, é
dar uma "resposta política" ao avanço da direita.
"Há uma
radicalização por parte de vários setores, inclusive entre os militares.
Se a
gente não resistir eles engolem o campo democrático", disse.
Fonte: http://r7.com/
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