Planalto omite custo de viagem de Temer para premiar amigo
Governo alega razão de segurança para negar pedido do R7
BRASILFernando
Mellis, do R7
Temer usou avião e helicóptero da União em viagemMarcos
Corrêa/Presidência da República - 15.11.2017
A Presidência da República se recusa a divulgar o custo de
uma viagem
do presidente Michel Temer (MDB) de poucas horas à cidade de Itu, no
interior de São Paulo, no feriado da Proclamação da República do ano passado.
Na ocasião, ele foi ao município do interior paulista
somente para entregar o título de Cidadão Ituano a um amigo, o advogado e
ex-sócio José Eduardo Bandeira de Mello.
Temer também transferiu,
simbolicamente, a capital do País para Itu naquele dia.
Desde 20 de novembro, o R7 pergunta ao GSI
(Gabinete de Segurança Institucional) da Presidência da República, por
meio da Lei de Acesso a Informação, quanto custou ao contribuinte brasileiro a
ida do presidente à premiação do amigo.
O GSI diz que a divulgação dos valores colocaria em risco a
segurança do presidente.
O fundador e secretário-geral da Associação Contas Abertas,
Gil Castello Branco, considera “uma aberração” o governo alegar sigilo em
relação a informações relativas somente aos gastos de uma viagem presidencial.
— Não querem deixar claro o custo da viagem até porque o
motivo é discutível.
Não vejo qualquer sentido em não ser exposta [a
informação].
O custo de uma viagem não está diretamente relacionado à segurança
do presidente.
A lei 12.527/2011, que trata do acesso a informações dos
órgãos públicos, determina a “observância da publicidade como preceito geral e
do sigilo como exceção”.
Além dos gastos da própria Presidência, como avião,
helicóptero, carros oficiais e equipe de assessores — que recebem diárias por
esses deslocamentos —, a rápida passagem de Temer por Itu também gerou custos
ao Estado de São Paulo.
A Polícia Militar precisou montar um forte esquema de
segurança na cidade de 154 mil habitantes.
O Exército também teve que empenhar
150 homens para cuidar de um deslocamento de 300 m da comitiva
presidencial.
O então ministro-chefe da Secretaria de Governo, Antonio
Imbassahy, recebeu R$ 229,50 de diária apenas para acompanhar o presidente na
premiação do amigo.
Enquanto ocorria o evento, manifestantes se concentravam nas
ruas contra o presidente.
Luislinda
Viagens oficiais sempre estão sujeitas a questionamentos
administrativos e até judiciais, como aconteceu no caso da ministra de Direitos
Humanos, Luislinda Valois, no ano passado.
A Comissão
de Ética Pública da Presidência da República abriu investigação contra
ela após o R7 denunciar recebimento suspeito de diárias
de viagem.
Em pelo menos duas ocasiões, Luislinda cobrou
diárias referentes a dias que não trabalhou.
Ela também pediu
antecipadamente à União R$
10,7 mil para cobrir despesas de uma viagem ao exterior integralmente
paga por uma confederação.
O dinheiro foi devolvido somente duas semanas após o
embarque da ministra.
Fonte: http://r7.com/
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